Responsável por 184 mortes no Brasil em 2017, o escorpião ultrapassou as serpentes no topo do ranking de animais peçonhentos que mais matam no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mesmo ano, foram registrados 105 casos de morte por veneno de cobra.
De 2013 para cá, aumentou em *163% o número de óbitos causados por escorpiões; naquele ano, eram apenas 70.
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| Escorpiões como o Tityus serrulatus colocam em risco sobretudo a vida de crianças menores de sete anos e idosos. Foto: Letícia Delphino/Instituto Butantan |
A velocidade de ação do veneno varia de pessoa para pessoa, mas a vítima pode morrer duas horas depois de picada. “Um dos motivos pelos quais o óbito por animal peçonhento choca muito é por ser abrupto”, diz a infectologista Fan Hui Wen, gestora responsável pelo Laboratório de Artrópodes e pelo Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do Instituto Butantan, em São Paulo.
“A pessoa está bem, brincando ou trabalhando, e de uma hora para outra entra num quadro agudo.”
Onde tem barata, tem escorpião
Em janeiro de 2018, um menino, de 3 anos, teria sido vítima do animal peçonhento enquanto assistia à televisão sentado no sofá de casa, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife.
“Mas onde prolifera barata, tem escorpião“, afirma a infectologista Fan Hui Wen. “Baratas são um dos alimentos preferidos dos escorpiões“.
Para os especialistas, o motivo principal da disseminação desses animais no país é a ocupação irregular e desordenada das cidades, agregada a um saneamento básico precário e as toneladas de lixo que se alastram pelo meio urbano.
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| Produção de antídoto no Instituto Butantan; no interior de SP. Foto: Leticia Delphino/Instituto Butantan |





