Operação “Conta Zerada” faz prisões em Canoinhas e Major Vieira

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Foram apreendidas joias, dinheiro em espécie além de armas de fogo.

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A analista de contabilidade da prefeitura municipal de Major Vieira, Marenize Terezinha Brocco, e seu companheiro, André Patrick Liskoski Oliveira, foram presos na manhã de terça-feira (21), na Operação Conta Zerada, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina.

Marenise foi presa em Major Vieira e André Patrick em Canoinhas. Vídeos que circulam em grupos de WhatsApp mostram o momento da prisão do companheiro de Marenise.

Momento de uma das prisões. Reprodução/Canoinhas Online

Além dos dois mandados de prisão preventiva, foram cumpridos oito de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Canoinhas.

A Operação faz parte da investigação que apura a suspeita da prática de diversos crimes, como associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro em Major Vieira, desta vez envolvendo a contadora do município.

A ação mobilizou um efetivo total de 44 policias, entre civis e miliares, além da colaboração do Instituto Geral de Perícias (IGP).

As informações dos desvios de valores e patrimônio incompatível com a renda chegaram ao Ministério Público por notícia do atual Prefeito Municipal e dos seus Secretários, que desconfiaram que os investigados efetuavam diversos pagamentos de boletos para beneficiários que não eram fornecedores do Município, muitos dos quais parentes da contadora. 

Os desvios, até o momento, foram estimados em mais de R$ 200 mil mil reais, mas podem ser ainda maiores. 

Foto: Polícia Militar/Divulgação

Segundo o MPSC, os investigados já respondem outra ação penal semelhante. Eles são acusados de desviar R$583.528,60 dos cofres públicos por meio de depósitos em suas contas. 

Durante a operação, foram bloqueados valores constantes nas contas correntes dos investigados, apreendidos veículos, armas de fogo, joias, dinheiro em espécie, além da decretação da indisponibilidade de imóveis.

De acordo com o Ministério Público, todos os bens poderão ser usados para garantir o ressarcimento dos valores desviados e pagamento de multas que poderão ser aplicadas. Um dos investigados também foi preso em flagrante pela posse ilegal de arma de fogo.

Acerca da operação conjunta, o Comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, Tenente- Coronel Silvano Sasinski assevera que “são importantíssimas ações conjuntas entre os órgãos para conter a criminalidade florescente nos crimes contra a Administração Pública na Comarca de Canoinhas”.

Por sua vez, o Delegado Regional de Polícia, Dr. Rui Orestes Kuchnir, ressaltou que “além da responsabilização dos envolvidos, operações como essa buscam promover o ressarcimento dos valores aos cofres públicos”.

Para o Promotor de Justiça da 3ª PJ de Canoinhas, Renato Maia de Faria, a atuação integrada das forças de segurança pública locais, dos peritos do IGP e do Ministério Público foi fundamental para o sucesso da operação, o que possibilitará a conclusão célere desta fase da investigação, além de viabilizar a coleta de provas para garantir a efetividade do processo penal para a responsabilização dos investigados.

“A construção de um acervo probatório nos crimes de colarinho branco depende totalmente de uma atuação conjunta dos órgãos de investigação. Temos que fazer que o crime não compense”, assegura o Promotor de Justiça..

A denúncia contra os investigados será apresentada nos próximos dias pela 3ª Promotoria de Justiça de Canoinhas.