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Argentina congela preços para tentar conter inflação

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Inflação já acumula 37% em 2021 no país. Crise econômica mantém 40% da população na pobreza.

O governo argentino fechou um acordo com empresários para manter por 90 dias os preços de mais de mil produtos básicos da cesta familiar, em uma tentativa de conter a inflação, uma das mais altas do mundo, que acumula 37% em 2021. As informações foram divulgadas pelo jornal Clarín.

“Esses 1.247 produtos com preços congelados serão uma âncora para a inflação”, afirmou nesta quinta-feira (14) o secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti.

Segundo o acordo, os preços desses produtos, correspondentes a alimentação e limpeza, devem recuar até 1º de outubro e permanecer inalterados até 7 de janeiro.

A inflação é um problema persistente na Argentina, que registra taxas anuais de dois dígitos há duas décadas.

O novo pacto de preços foi aprovado no âmbito de protestos de organizações sociais, que exigem mais assistência e subsídios alimentares devido à crise econômica, que mantém 40% da população na pobreza.

Semanas atrás, o governo decidiu aumentar em 16% o salário mínimo, para elevá-lo a 33.000 pesos mensais (US$ 317), menos da metade do valor da cesta básica de uma família típica, segundo o Indec.

Também anunciou o pagamento, a partir de outubro, de um complemento que beneficiará quase 2 milhões de assalariados registrados.

A Argentina irá realizar eleições legislativas em 14 de novembro, nas quais o governo tentará manter a maioria no Senado, faltando dois anos para o fim de seu mandato.

Em 2019, o então presidente Maurício Macri, que tentava a reeleição, também congelou o preço de produtos básicos para tentar conter a inflação. Não deu certo. Macri perdeu as eleições e a inflação, naquele ano, bateu 55%.