Um filhote de elefante-marinho-do-sul nascido em Santa Catarina e a mãe dele foram registrados na praia de Garopaba, no Sul de Santa Catarina. É a primeira vez que uma fêmea da espécie dá à luz no litoral do Brasil.
A equipe do Instituto Australis, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), responsável pelo registro, disse que o nascimento ocorreu em 11 de outubro. Durante o tempo em que a mãe dele estava com ele, o filhote foi amamentado. Ela o deixou na madrugada de quinta (31) e seguiu o próprio rumo, deixando-o sozinho, como é o costume da espécie.
O bebê foi o primeiro elefante-marinho de que se tem registro a nascer no Brasil, segundo o Instituto Australis. Enquanto o filhote estiver em Santa Catarina, ele será monitorado por órgãos ambientais.
O filhote deve ficar pela região por um a três meses. Nesse período, ele vai aprender a nadar e se alimentar sozinho, até estar pronto para seguir viagem rumo à Patagônia Argentina, uma viagem de cerca de 3 mil quilômetros, destacou a bióloga Karina Groch, diretora de pesquisa do Projeto.
“Se o filhote continuar aqui pela região, é possível que ele volte a aparecer em praias bastante movimentadas. Então é fundamental que a população entenda a importância de deixar esse filhote tranquilo porque os momentos em que ele estiver em terra são momentos em que ele vai precisar descansar”, detalhou.
De acordo com o projeto, o filhote ganhou peso e está apto a continuar sozinho. Como os biólogos não fizeram uma inspeção tocando no animal, as medidas dele são estimadas.
Em relação ao comprimento do filhote, o projeto acredita que ele tenha crescido 13 centímetros em 10 dias e tenha atingido 1,60 metro no dia 23. As estimativas são feitas com imagens de drone.
A espécie pode chegar a 6 metros e 5 toneladas. Os filhotes, ao nascerem, medem cerca de 1,30 metro e pesam aproximadamente 40 quilos.
De acordo com Leandro Ciotti, analista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o comportamento do filhote está próximo ao natural “apesar de não ter nascido em uma colônia reprodutiva, onde normalmente os animais, após as mães partirem, ficam nas praias ganhando força, musculatura, aprendendo a nadar”.
O tempo que o bebê passou com a mãe foi importante, segundo ele. “Neste caso, como o filhote está sozinho, o fato de ele ter acompanhado a mãe nestas incursões ao mar nos últimos dias, já foi um aprendizado”.
Uma equipe com mais de 50 pessoas, entre voluntários e pesquisadores do projeto de monitoramento de praias, acompanha o filhote de perto.