Veneno de taturana causa a morte de agricultora de 60 anos, em SC

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Tereza Griebler, de 60 anos, agricultora e moradora do interior do município de Dionísio Cerqueira, oeste catarinense, morreu na manhã de segunda-feira (08) em consequência de contato com uma taturana.

Tereza teria encostado em uma lagarta no dia 2 de janeiro, enquanto trabalhava fazendo o manejo do gado. Na hora ela sentiu somente queimar o local, mas não deu muita importância.

No dia seguinte, a mulher começou a apresentar sintomas como febre e vômitos, sendo levada ao hospital do município. Na unidade, ela recebeu atendimento para os sintomas mencionados, foi medicada e liberada em seguida.

Tereza Griebler morreu cinco dias após ter tido contato com uma taturana./Arquivo pessoal
Ao chegar em casa, Tereza começou apresentar fortes dores de cabeça e novamente precisou procurar o posto de saúde, de onde foi levada para o hospital municipal.

Exames mais detalhados confirmaram a presença de veneno no sangue. Após ser questionada a mulher acabou lembrando do fato e relatou a equipe que havia  encostado em uma lagarta.

Tereza foi transferida ao hospital Regional de São Miguel do Oeste para receber atendimento especializado.

No entanto, ela não resistiu e morreu na madrugada desta segunda-feira, 08.
Queimadura de taturana pode matar?

Não há informações sobre a espécie de lagarta que causou a queimadura na vítima, mas as informações a seguir valem para todas.

Não é bem a queimadura e sim as toxinas liberadas por uma lagarta que realmente pode acabar com a vida de uma pessoa. 

A espécie Lonomia obliqua possui um veneno que reduz, no organismo da vítima, a formação de fibrina, substância responsável pela coagulação do sangue. A diminuição da fibrina pode causar graves hemorragias.
 “A pessoa sangra pelo nariz, pelas gengivas e por vários órgãos do corpo. Acredita-se que a gravidade desses efeitos está relacionada à quantidade de toxina liberada”, afirma o entomologista (especialista em insetos) Roberto Henrique Pinto Moraes, do Instituto Butantan, em São Paulo. 
A temível taturana é pequenina: mede apenas entre 5 e 7 centímetros; mas tem o corpo coberto de pelos espinhosos. 
Em 1995 o Instituto Butantan desenvolveu o soro antilonômico, após ocorrer a morte de várias pessoas em decorrência do veneno da lagarta.

Lagarta Lonomia obliqua, uma das mais venenosas.

O maior perigo ocorre quando alguém toca acidentalmente em várias lagartas ao mesmo tempo – por exemplo, ao subir numa árvore onde existe uma colônia delas. 

Quando isso acontece, é preciso buscar socorro médico sem demora. 
Até o final da década de 80, essa taturana só era encontrada no Amapá; mas, desde então, passou a ser vista com freqüência no Sul e no Sudeste do país, talvez por causa dos desmatamentos nessas regiões ou da possível extinção de algum predador. 
O resultado é que, hoje, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina são os lugares que mais registram ferimentos provocados por ela. Juntos, os três estados somam cerca de 400 casos por ano.

Evitando acidentes

A prevenção ainda é o melhor remédio contra acidentes com taturanas.  Ao trabalhar na lavoura, colher frutos no pomar, cortar grama, mexer com plantas ou em qualquer atividade em ambiente silvestre, observe bem os troncos, folhas, flores, gravetos antes de manuseá-los. Sempre use luvas!

Se acontecer o contato é preciso lavar com água corrente a região em que as cerdas da lagarta entraram em contato com a pele, procurar manter a calma e evitar esforço desnecessário, não fazer torniquete ou amarras no membro atingido e buscar pelo Posto de Saúde ou Pronto Socorro mais próximo.
Se possível levar um exemplar da lagarta com o qual ocorreu o contato.

Com informações de RicMais/TV