Um adolescente de 16 anos, suspeito de motivar o ataque a tiros contra uma família em Tubarão, no Sul catarinense, foi apreendido pela Polícia Civil na segunda-feira (5). Outras quatro pessoas foram presas temporariamente.
Segundo o delegado André Crisótomo, que assumiu a investigação, o jovem tinha envolvimento com uma menina de 11 anos, e entrou em contato com traficantes para matar o padrasto dela, que havia proibido o relacionamento.
“O adolescente foi o principal causador. Ele levou ao conhecimento dos integrantes da facção [responsável pelo ataque], a possível existência de um integrante de facção rival ali na localidade [o padastro da menina]”, explica.
Durante o ataque, uma criança de 2 anos, a mãe e o pai dela, que é padrasto da menina, foram baleados. Graziela Antunes, de 31 anos, morreu no local. O homem teve ferimentos de raspão, e o filho do casal foi para a UTI, em estado grave de saúde. A menina não se feriu.
O menino, segundo o delegado, seguia na UTI, mas fora de risco de vida. “A equipe médica ainda iria avaliar possíveis traumas na coluna”, informou o delegado, nesta terça-feira (6).
Os presos foram encaminhados ao Presídio Regional de Tubarão. O adolescente ao CASEP.
Entenda o caso — Um adolescente de 16 anos se envolveu com uma menina de 11 anos. A família não aprovou e o padrasto teve uma discussão com o jovem, segundo a Polícia Civil, que terminou com o ataque a tiros no dia 14 de agosto.
“Após tal discussão, o adolescente teria mantido contato com traficantes locais com intuito de recrutá-los para matar o padrasto da menina, repassando a eles que o homem pertenceria a uma facção criminosa”, relata.
Segundo Crisótomo, não há qualquer comprovação de que o padrasto da menina tenha relação com facções. “Ele disse ao adolescente que era de facção em um contexto de ironia, para retrucar, depois que o jovem informou que era de facção e que iria ficar com a menina”, explica o delegado.
Na mesma noite, os suspeitos pelos disparos foram à residência da família, chamaram o homem pelo nome e atiraram contra a casa.
Reviravolta
Inicialmente, a Polícia Militar havia informado que o adolescente era suspeito pelo ataque. Segundo a delegada Jucinês Pereira, que ouviu o depoimento do adolescente, não havia namoro entre o adolescente e a criança. O envolvimento do jovem chegou a ser descartado, inicialmente.
Questionado, o delegado que assumiu as investigações informou que o adolescente e a menina estavam começando a ficar, e que, à época, se optou por descartar publicamente a suspeita do jovem por precaução.
“Até para possibilitar uma apuração isenta, sem qualquer tipo de possível retaliação da população. Depois, com as provas coletadas, pudemos comprovar o envolvimento dele”, diz.