Todos sabem que a Câmara Municipal é o Poder Legislativo de uma cidade. É o órgão público onde atuam os vereadores e vereadoras. As funções principais deles são elaborar leis e fiscalizar os trabalhos do Poder Executivo (Prefeitura). Também podem sugerir melhorias para a cidade.
Em Canoinhas o foco está voltado para uma enxurrada de requerimentos ao Executivo, e às falas durante as sessões, a base de ‘alfinetadas’. Quem diz isso são as próprias matérias publicadas pela Câmara de Vereadores, que ultimamente vem usando termos apelativos em seus textos e que não estão passando despercebidos pela população.
Nos requerimentos, há cobrança de ações que não foram tomadas ainda lá no governo Beto Passos, e também pelo vereador Willian Godoy, durante seu mandato como prefeito interino. O eleitorado está atento e críticas não faltam, sejam nas redes socias ou em grupos de WhatsApp.
Também sabemos que os vereadores(as) têm a função de criar debates sobre questões polêmicas, difíceis de resolver por terem muitas opiniões e posições contraditórias na cidade.
Sobre essa função, a população tem se perguntado porque o projeto de lei dos R$ 30 milhões, apresentado pela prefeitura, está esquecido na gaveta. Porque não se faz uma Audiência Pública para que a população possa debater e discutir a questão?
O projeto foi retirado de votação no dia 9 de maio, com a justificava de que os vereadores precisavam de mais alguns dias para solicitar esclarecimentos.
Lá se vão exatos dois meses desde então, e o assunto parece esquecido, mas não pela comunidade, que não deixa de reclamar das condições das estradas e também da área da Saúde.
Na última semana, durante coletiva de imprensa, onde a prefeita Juliana Maciel apresentou um estudo preliminar para revitalização da Rua Wendelin Metzger, Avenida dos Expedicionários e Rua Vereador Guilherme Prust, o tema do empréstimo veio a tona, já que o investimento para estas obras será do financiamento de R$ 30 milhões que a prefeitura pleiteia.
Segundo a prefeita, o recurso será investido para compra de equipamentos para manutenção das ruas, pavimentação e a revitalização destas vias. “Não há empréstimo para a saúde, mas deixando de usar o nosso dinheiro em manutenção de máquinas – que é na casa dos milhões por ano – poderemos aplicar mais na saúde”, explica Juliana.
Ainda de acordo com a prefeita, desde que o projeto saiu de votação não houve questionamentos/requerimentos, por parte dos vereadores, solicitando quaisquer esclarecimento ou complemenos às informações já prestadas pela prefeitura sobre a aplicação do empréstimo.
“Tenho certeza absoluta que os vereadores também querem estradas em boas condições”, disse ela.
Enquanto isso, a prefeitura segue em busca de opções para amenizar o problema, como o compromisso assumido pelo governador Jorginho Mello em destinar para Canoinhas R$ 4,4 milhões. Esse recurso será investido na compra de patrolas e caminhões.
Certamente a totalidade dos canoinhenses quer ruas e estradas com a manutenção em dia, e bom atendimento na área da saúde.
Na área rural, os agricultores estão angustiados com a situação das estradas, tanto que já estiveram presentes em uma sessão da Câmara cobrando os vereadores para que coloquem o projeto em votação, ou então que apresentem uma alternativa para resolver o problema. Até o momento, os vereadores estão em silêncio a população continua penando.
Importante ressaltar que é a presidente da Câmara, neste caso a vereadora Tati Carvalho, que é quem tem competência pra colocar o projeto em votação.
Na última semana, estive em conversa informal com um grupo de agricultores do interior de Canoinhas, quando a mãe de um deles, com sua inocência, e no alto dos seus 89 anos de sabedoria, deu uma sugestão: ‘Porque a prefeitura não vende a Câmara e os vereadores, e usa o dinheiro pra arrumar as estradas?”. Como eu disse, pura inocência. Até a próxima!