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Chacina em Saudades: Réu é condenado a 329 anos de prisão

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Os quatro Promotores de Justiça conseguiram provar aos jurados que o réu possuía plena capacidade mental e planejou os crimes minuciosamente ao longo de dez meses.

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Chegou ao fim um dos Tribunais do Júri mais emblemáticos dos últimos tempos. Durante dois dias, as atenções se voltaram para o Fórum de Pinhalzinho, no Oeste catarinense. No banco dos réus, o responsável por ceifar vidas e destruir sonhos.

A alguns metros dele, Promotores de Justiça carregando nos ombros a responsabilidade de atender ao clamor de toda uma sociedade.

A sentença para o autor da chacina da creche de Saudades foi lida às 20h32 : 329 anos e quatro meses de condenação em regime fechado por cinco homicídios triplamente qualificados contra três crianças e duas mulheres, e outras 14 tentativas de homicídios qualificados.

O juiz determinou que tudo o que foi apreendido durante a investigação, como o computador e instrumentos do réu, seja destruído.

Keli Adriane, Sarah Luiza, Anna Bela, Murilo Massing e Mirla Renner são as vítimas do atentando a creche em Saudades (SC) — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A condenação foi a soma das seguintes penas:

  • 40 anos de reclusão para cada uma das vítimas menores de idade: Murilo, Sara e Ana Bella
  • 30 anos de reclusão para as vítimas: Mirla e Keli
  • 26 anos e 8 meses para o menino de 2 anos que ficou ferido e sobreviveu
  • Oito anos de reclusão para cada tentativa de homicídio

Além dessas penas, o réu precisará indenizar as famílias da seguinte forma:

  • R$ 500 mil para a família de cada vítima que morreu
  • R$ 400 mil para a família da criança ferida que sobreviveu
  • R$ 40 mil para cada tentativa de homicídio

Quem são as vítimas

Três crianças e duas funcionárias morreram no ataque a creche:

  • Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade há cerca de 10 anos
  • Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola
  • Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
  • Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
  • Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

Uma das vítimas de tentativa de homicídio, que preferiu não ser identificada mas acompanhou toda a sessão, agradeceu ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). “Fomos muito bem representados nesse dia tão difícil. Nossa gratidão aos Promotores por trabalharem por nós”. 

Os quatro Promotores de Justiça conseguiram, juntos, provar aos jurados que o réu possuía plena capacidade mental e planejou os crimes minuciosamente ao longo de dez meses.

Um forte esquema de segurança foi montado para garantir o bom andamento da sessão. Quatro agentes de operações da Coordenaria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI) acompanharam os trabalhos do início ao fim.

Após o encerramento da sessão, o réu retornou ao Presídio Regional de Chapecó e o público voltou para casa mesclando emoção e alívio. As lágrimas da dor se misturaram a semblantes consolados pelo tão aguardado desfecho do caso que mudou para sempre a rotina de uma pequena e acolhedora cidade do Oeste catarinense chamada Saudades.

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