Em Guaramirim, um homem foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por homicídio com quatro qualificadoras – motivo torpe, dissimulação, para assegurar a impunidade de outro crime e feminicídio.
Consta na acusação que ele tirou a vida de Juliana Grasiela Pinheiro Wirth, de 40 anos, em maio deste ano.
De acordo com a acusação, o crime aconteceu entre os dias 23 e 24 de maio de 2024 no bairro Nova Esperança. O réu atingiu a vítima com um golpe de faca na região do peito, causando sua morte.
A ação ocorreu por uma suspeita de que a mulher, que morava de aluguel no local dos fatos, havia feito uma denúncia contra ele e sua ex-companheira por crimes contra a filha menor de idade.
O denunciado, acreditando que a vítima havia comunicado os supostos crimes à autoridade policial, disse à ex-companheira que iria “fazer um negócio” e “acabar logo com esses problemas”.
Conforme consta, ele foi até a residência da vítima e a matou. O ato criminoso foi praticado na presença do filho dela, uma criança de apenas 2 anos. Após o crime, ele retornou ao local da ação e filmou o corpo da mulher e a criança, que estava acordada ao lado do corpo e nitidamente assustada.
O Promotor de Justiça Wesley da Silva salienta que “o homicídio foi praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino” e que “ele também teria se aproveitado da vulnerabilidade da vítima para a concretização de seu ato criminoso”.
Ele explicou que o recurso utilizado pelo denunciado, no mínimo, dificultou a defesa da vítima, pois entrou em sua residência inicialmente para conversar e, quando verificou que ela estava sozinha com o filho, a atingiu com um golpe de faca.
“Além do motivo torpe, o crime também foi cometido para assegurar a impunidade de outros delitos, já que acreditou que, assim, ela não poderia testemunhar sobre outros os fatos que envolvem violência de gênero, pelos quais está sendo investigado”, ressaltou.
Na acusação, a 1ª Promotoria de Justiça requer que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Guaramirim.
Suspeito havia saído do presídio no início do mês, onde cumpria pena por outro crime
O acusado já foi condenado pela morte de uma adolescente de 15 anos, crime que ocorreu também em Guaramirim em 2014. A informação foi confirmada pela Polícia Civil e Militar. O condenado estava em regime aberto desde 6 de maio.
Em 2015, Gilberto foi condenado a 18 anos e 8 meses pelo assassinato da cunhada Claudiane, de 15 anos.
Segundo a investigação, o homem levou a adolescente até um motel em Guaramirim, onde a matou após ela negar ter relações sexuais.
Em seguida, transportou o corpo dentro do porta-malas até o bairro Caixa D’Água, na zona rural da cidade, onde ateou fogo. Ele foi preso três meses após o crime.