O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na manhã desta quinta-feira (15) em Curitiba, para cumprir agenda oficial na capital paranaense.

No período da tarde, Lula tinha marcada uma visita à fábrica da Renault, em São José dos Pinhais. Antes dos compromissos, porém, Lula disse numa entrevista que quer visitar à cela da Polícia Federal onde ficou preso por 580 dias.

Antes de iniciar os compromissos, Lula participou de uma entrevista para a Rádio T. Ao comunicador João Barbiero, o presidente da República afirmou que se sente “muito à vontade em Curitiba”, apesar de ser a cidade onde esteve preso por 580 dias, na sede da Polícia Federal, no Santa Cândida, entre 2018 e 2019.

O presidente chorou ao falar do período de 580 dias em que ficou preso, entre 2018 e 2019.

Ele disse ainda que quer voltar à cela da PF, mas o plano será adiado, por conta da ausência da primeira-dama do país.

“Eu ia fazer uma visita na cela que eu fiquei preso. Eu só não vou hoje porque a Janja não tá comigo, ela queria ir comigo. E a Neudi, que é uma das companheiras que organizava a vigília também não pode vir. E eu vou querer vir aqui visitar a cela onde eu estive preso, porque eu acho que eu não vou esquecer os 580 dias”.

Lula foi preso em abril de 2018, por ter sido condenado à pena de 12 anos e 1 mês em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, em decisão tomada pelo ex-juiz Sergio Moro, que na época comandava a Lava Jato. Ele foi solto há quase cinco anos, em 8 de novembro de 2019.

Durante a reabertura da Fafen, Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, da Petrobras, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, Lula deu uma alfinetada em Sergio Moro.

“Tomei a decisão, a mais sábia, de me entregar lá dentro”, disse Lula. “Vou perto daquele juiz insignificante, dos procuradores que faziam parte de uma quadrilha dentro do Ministério Público. Eu vou lá provar minha inocência”, lembrou Lula quando decidiu se entregou à polícia.

Horas depois, Moro usou uma rede social para responder ao presidente.

“Vou lembrar aqui ao Presidente que ele jamais provou a sua inocência para mim ou ao povo brasileiro. Foi apenas beneficiado por uma mais do que questionável anulação formal de suas condenações. Sua culpa havia sido reconhecida por magistrados de três instâncias. A população sabe a verdade: a Petrobras foi saqueada durante o seu governo e pelos diretores que nomeou. Agora Lula, que, segundo seu próprio vice, “voltou ao local do crime”, cuida de desmantelar os mecanismos de prevenção à corrupção, como seu atual governo fez com a lei das estatais”, escreveu.

*Com informações da Banda B e Rádio T de Curitiba.