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Mãe de bebê sequestrada em Curitiba diz que perdoa mulher suspeita do crime

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Emocionada, a mulher contou sobre as cerca de 30 horas que ficou sem a filha, sequestrada por uma mulher se passando por agente de saúde.

Érica Alves dos Santos, 27 anos, mãe da bebê Eloah Pietra Almeida dos Santos, de 1 ano e seis meses, sequestrada por uma mulher em Curitiba, falou em entrevista à RPC que quer justiça pelo que aconteceu com a filha, mas que perdoa a suspeita, que foi presa na sexta-feira (24).

“Eu peço que prendam ela por muitos anos ainda, porque eu não quero ver essa mulher solta, não. Mas eu perdoo ela de tudo, perdoo ela, porque não sei o que se passa com a pessoa, se está passando por necessidade, precisando de dinheiro, por que ela fez isso”, disse a jovem.

Emocionada, a mulher contou sobre as cerca de 30 horas que ficou sem a filha, sequestrada na quinta-feira (23) quando a mulher de 40 anos, se passando por falsa agente de saúde a convenceu de ir a um posto de saúde para exames de sangue. 

O líder comunitário, Edson do Parolin, acredita que a ação pode ter sido premeditada. “Dá pra notar que foi uma ação planejada, porque já veio com nome da criança, com o nome da mãe. A família é humilde, trabalhadora, pessoal simples que vive da reciclagem”, considerou.

Érica relatou que, um dia antes do crime, viu a suspeita passando pelo local com um carro. “Logo cedo, no outro dia, parou no meu portão já com má intenção e eu, tão inocente, já cai na dela”, lamentou a jovem.

Feliz com o retorno da filha – que apesar dos cabelos tingidos e alisados, passa bem –, a jovem contou que a primeira coisa que a menina fez ao ver a mãe foi abraçá-la e, na sequência, quis ser amamentada.

Família da bebê é de origem humilde, que trabalha com reciclagem Foto: Eliandro Santana/ Banda B (esquerda) e acervo essoal (direita).

“Momento só de felicidade, agradecimento por tudo, foi muito feliz”, disse a mãe sobre o reencontro com a filha.

Suspeita queria criança para criar como filha

Para a Polícia Civil, a mulher suspeita pelo crime, que não teve identidade revelada, confessou que queria uma criança para criar como filha. Investigações apontam também que ela tentou levar outras duas vítimas.

Segundo o delegado Thiago Teixeira, a primeira tentativa foi em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, no dia 22 de janeiro, um dia antes de levar Eloah.

“Como não conseguiu, ela tentou em Curitiba, no bairro Parolin. Ela tentou abordar uma mulher inicialmente no Parolin, não conseguiu, e na sequência, ela abordou os familiares da Eloah e acabou levando a menina”, disse em coletiva.

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Coronel Hudson Teixeira, informou que a suspeita não tinha passagens pela polícia.

A bebê foi encontrada na casa da mulher, em Campo Largo, que também não teve o endereço divulgado. No local a polícia encontrou fraldas, leite e comida para a criança.

O delegado afirmou que a mulher deve responder por subtração de incapaz e que a polícia vai apurar outras condutas.

“Ela falou que estava desempregada e que ela queria criar essa criança como se fosse uma filha dela […] Não se mostrou arrependida e não fez contato com a família exigindo algum tipo de valor pela criança”, falou.

Foto divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SESP) mostra Eloah no colo de um policial do Batalhão de Polícia de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRONE), sendo resgatada.

A bebê teve o cabelo cortado, pintado e alisado após ser sequestrada, para não ser reconhecida. Eloah foi resgatada pela polícia na noite de sexta-feira (24) e entregue à família.