Sempre em busca de constantes melhorias para a pecuária de Santa Catarina, a Epagri disponibiliza aos produtores as inovações e tecnologias que se mostram economicamente viáveis e ambientalmente corretas.
Entre as alternativas que devem ter boa adesão, figuram os mourões vivos, árvores utilizadas em substituição a palanques de madeira ou concreto para a fixação de cercas nas propriedades rurais.
O estudo foi desenvolvido durante uma década. Tudo começou em 2015, quando o engenheiro-agrônomo Tássio Dresch Rech, pesquisador na Estação Experimental da Epagri em Lages, plantou os primeiros exemplares de salgueiro-negro e outras espécies para esta finalidade.
Em 2019, o experimento foi ampliado para o Centro de Treinamento da Epagri em Tubarão (Cetuba). Assim, foi possível avaliar o comportamento das plantas em diferentes temperaturas, com o frio da Serra e o calor do Sul do Estado.
Durante os dez anos de estudos, os mourões vivos mostraram-se bastante apropriados para áreas úmidas.
Entre as principais vantagens, estão o baixo custo de implantação; maior durabilidade em relação aos palanques tradicionais; rápido enraizamento em solos úmidos; fácil manejo; crescimento acelerado; tolerância ao frio; oferecimento de sombra no verão para conforto dos animais; proteção das pastagens; produção de novos mourões, o que permite ampliar a área de cercas com a poda dos ramos; não liberam elementos tóxicos e, inclusive, os retiram da água; contribuem para reduzir a emissão de gases do efeito estufa; não são invasores de áreas naturais; valorizam as propriedades pela melhoria da paisagem e podem fornecer madeira, lenha e produtos medicinais.
“É um sistema que também demanda atenção, especialmente com a escolha do solo adequado e o combate às formigas. Mas embora sejam necessários alguns cuidados, as vantagens são muito maiores”, explica o pesquisador Tássio Dresch Rech.
Dia de Campo apresentou sistema a produtores de Tubarão
Há algumas semanas, o sistema foi apresentado a produtores rurais do Sul do Estado em um dia de campo realizado pela Epagri em Tubarão. O evento marcou a conclusão do experimento e repercutiu positivamente entre os participantes.
“Vemos a baixa manutenção, o sombreamento para o gado e vários outros benefícios. Vamos levar para os produtores do nosso município, e com certeza vai ser muito importante”, diz Márcia Bitencourt de Souza, secretária de Agricultura da Prefeitura de Jaguaruna.
“No verão, os animais terão mais conforto com a sombra e, no inverno, as folhas irão cair e também ficará um ambiente bom. Espero ter resultados positivos na minha propriedade”, comenta Nilton Willemann, produtor rural no município de Armazém.
“O papel da Epagri é proporcionar aos produtores a oportunidade de crescerem enquanto produção e qualidade daquilo que é ofertado à sociedade, aliando pesquisa e extensão. Os produtores são o nosso maior motivo. E quando conseguimos levar as inovações até eles, e os mesmos aplicam em suas propriedades, a Epagri atinge o seu objetivo como instituição”, conclui o engenheiro-agrônomo Tovar Raul Werlang, extensionista rural da Epagri em Tubarão.