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Só delícias! IFSC Canoinhas desenvolve produtos à base de erva-mate

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Para as formulações, foram usadas dez amostras de erva beneficiada para chimarrão, selecionadas pelo local de produção e sistemas de cultivo.

Produtos tradicionais, como doces e bolos, podem ganhar um novo sabor depois de pesquisa desenvolvida pelo IFSC.

Até então usada basicamente em chimarrão, tereré e chá, a erva-mate entrou na gastronomia com status de ingrediente em cinco formulações desenvolvidas por professores e alunos da área de produção alimentícia do Câmpus Canoinhas: sorvete, geleia, bala, chocotone e petit gateau.

Os novos produtos à base de erva-mate fazem parte de uma das estratégias do Câmpus Canoinhas para a região, de estudar o potencial de utilização da erva-mate e ampliar sua aplicação, a fim de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar e desenvolvimento agroindustrial. 

A região do Planalto Norte apresenta estreita relação com a atividade ervateira, em especial a cidade de Canoinhas, considerada a capital estadual da erva-mate devido à importância econômica que a cultura tem para o município”, justificam os pesquisadores.

A estudante Mariane Daniele Munhoz, do curso superior de tecnologia em Alimentos, atuou como bolsista do projeto “Composição química e propriedades antioxidantes da erva-mate produzida na região de Canoinhas – SC e sua utilização como fonte natural de compostos bioativos no desenvolvimento de produtos alimentícios” e usou as atividades que desenvolveu durante a pesquisa para basear seu trabalho de conclusão de curso (TCC), orientado pela professora Fernanda Macagnan.

Ela explica que, para as formulações, foram usadas dez amostras de erva beneficiada para chimarrão, selecionadas pelo local de produção e sistemas de cultivo (nativa, plantada e adensada) e adquiridas novas com duas empresas da região e um produtor rural local. 
Beneficiadas de acordo com o Padrão Nacional 1 (mínimo de 70% de folhas e máximo de 30% de outras partes do ramo), as amostras foram moídas, para padronizar a granulometria, e acondicionadas a -18 °C até o momento das análises e elaboração dos produtos.

Nos testes de caracterização da composição química, a pesquisa também comprovou que a erva-mate proporciona alimentos mais funcionais, devido à presença de compostos bioativos, como fenólicos e cafeína, e fibra alimentar.
Para as formulações, a erva-mate foi usada nas formas de pó e extrato.

Depois das avaliações em laboratório, os novos produtos passaram por análises sensoriais até chegarem à formulação final de aceitabilidade. 

Como a erva-mate também proporciona sabor para os alimentos nos quais ela é incorporada, nosso desafio foi obter a aprovação de quem não gosta do chimarrão ou tereré. Mas até pessoas que não são adeptas das tradicionais bebidas gostaram dos produtos, destaca Mariane, lembrando que a própria mãe, Iara Lia, faz parte do grupo de reticentes à erva-mate que se renderam ao novo sabor.

No último semestre do curso, Mariane encontrou na experiência de pesquisa sua perspectiva de futuro. 

Quando soube do projeto, vi uma oportunidade de fazer algo que gosto demais, que é realizar análises e desenvolver produtos nos laboratórios, e não podia deixar a oportunidade passar. Após me formar, no fim do ano, pretendo seguir na vida acadêmica fazendo mestrado e doutorado, e o projeto me mostrou na vivência o que é estar envolvida com pesquisas, afirma a futura tecnóloga em alimentos.

Contemplado pelo edital Universal de Pesquisa n° 02/2018/PROPPI, o projeto foi integrado pela estudante de tecnologia em Alimentos e seu colega de curso, Leandro Mendonça, e pelas professoras Joyce Borowski, Juliana Almeida e Priscila Nehring, além da coordenadora Fernanda Macagnan.

Fonte e fotos: Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Canoinhas