Policial vai atender acidente e descobre que uma das vítimas fatais é sua filha, no RN

Uma infeliz coincidência que ninguém deseja passar. Um policial rodoviário entrou em choque ao deslocar-se para atender um acidente de trânsito e constatar que sua própria filha era uma das vítimas fatais.

Segundo a PRF, um casal de namorados seguia de moto pela rodovia no sentido Natal, quando bateu na lateral de uma caminhonete que iria cruzar a via.

Com o impacto, o casal foi arremessado e entrou pela janela do carro. Os dois morreram na hora. O motorista da caminhonete abandonou o veículo e fugiu do local.Quando a equipe do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual chegou para atender a ocorrência, um dos policiais percebeu que uma das vítimas do acidente era a filha dele.

“Quando eu cheguei no local eu vi que tinha uma guarnição da PRF. Aí eu pensei: ‘esse acidente não foi na estrada de barro, foi aqui na BR. Isso é com a PRF. Mas vamos encostar aqui ao lado’. Aí eu encostei a viatura com a minha equipe. Ao chegar no local, eu vi a moto toda destruída. A pancada foi violenta. Aí eu olhei, por trás da moto, e vi um capacete rosa. O capacete que era da minha filha. Eu olhei e disse ‘esse capacete eu conheço, é da minha filha’. Aí o rapaz veio para perto de mim e disse ‘calma, sargento Góis. Foi Gabi’”, contou, emocionado.

“Nessa hora Jesus me deu força, me deu coragem, e eu me desloquei até o carro. Chegando no lado do passageiro eu visualizei o meu genro. De costas, já dentro das ferragens. E eu vi os pés dela. Então eu corri, arrodeei pelo lado do carro e abri a porta. Quando eu abri a porta, minha filha estava deitada como se estivesse dormindo. Naquele momento eu abri minha mente para Deus e disse ‘Senhor, me dá forças. Porque eu sei que minha filha não está mais comigo, nem meu genro. Mas o Senhor vai me dar forças”, disse.

Os corpos foram recolhidos pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia.  As vítimas tinham 19 e 21 anos.

O sargento permaneceu no local do acidente até a chegada do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep). Em entrevista à Inter TV Cabugi ele contou que Gabriella queria ser policial rodoviária federal e que estava estudando para realizar esse sonho.

“Ela era uma menina estudiosa. Semana passada mesmo ela me disse que ia me dar muito orgulho, que ia ser policial rodoviária federal. Mas não deu tempo”, lamentou.