Três meses após o início da imunização contra a Covid-19 em Santa Catarina, o número de mortes e internações relacionadas à doença em idosos de 85 anos ou mais tem caído no estado.
Especialistas, porém, afirmaram que ainda é cedo e são necessários mais estudos para atribuir a melhora à vacinação.
Desde 18 de janeiro, 377.377 pessoas já receberam as duas doses da vacina no estado, conforme dados de segunda-feira (19) da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina.
Um levantamento do Jornal do Almoço e da NSC analisou a proporção de mortes de cada faixa etária ao longo do tempo para descobrir se idosos que já completaram os calendário vacinal, após a segunda dose, estão morrendo menos.
Foram os maiores de 90 anos que completaram a vacinação primeiro – a partir de 10 de março. De novembro para cá, as mortes deste grupo variavam entre 5% e mais de 10% do total das mortes por Covid-19 em Santa Catarina.
Na segunda semana de fevereiro, passaram de 6,5%. Deste então, têm caído cada vez mais.
No grupo entre 85 e 89 anos, nem todos os idosos completaram os 28 dias a partir da segunda dose. É que a aplicação começou em diferentes datas, ainda em março.
O grupo chegou a representar mais de 8% das mortes, no fim de fevereiro. Porém, teve queda na primeira semana de abril – chegando a menos de 2%.
O pesquisador Marcelo Lopes, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse ao Jornal do Almoço que as quedas podem ser por causa das vacinas – mas ainda é cedo para concluir. Elas podem ter ocorrido porque outros grupos morreram mais.
“Quando a gente tem um aumento muito forte na transmissão, esse aumento acaba afetando muito mais a população que está mais exposta. Então aquela população que está trabalhando presencialmente, que está indo na rua, que está tendo que se expor. E isso afeta quem? Principalmente a população de jovens adultos e adultos”, afirmou o pesquisador.
Internações
O levantamento também analisou os dados de internações por causa da Covid-19, em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermarias.
Em relação a todos os catarinenses, os idosos com mais de 90 anos costumavam variar entre 1% e 3%. A partir de fevereiro, ficaram sempre abaixo de 2% e, depois, abaixo de 1%.
Entre 85 e 89 anos, as internações variavam entre 3% e 4%. Elas caíram nas semanas seguintes à vacinação. No fim de março, ficaram abaixo de 2% pela primeira vez em cinco meses.