A CPI da Pandemia ouvirá nesta sexta-feira (25), às 14h, os depoimentos de Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e de seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
Eles denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal, entre elas está o preço acertado pelo governo para o imunizante, 1000% mais caro do que o valor inicial (de U$ 15 para U$ 150).
Por conta do contrato firmado, a Covaxin se tornou a vacina mais cara negociada no Brasil, ultrapassando o preço da Pfizer, vacina que demorou a ser comprada pelo governo sob a alegação de ser cara.
Para membros da CPI, tanto da oposição quanto da base do governo, a oitiva deverá trazer luz sobre o caso e determinar se ele dará o tom das investigações.
Luis Ricardo Miranda é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.
A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas, considerado elevado, em torno de R$ 80,00 (cerca de U$ 15) e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. O governo nega qualquer irregularidade.
A Covaxin é uma vacina feita a partir de de vírus inativado, assim como a CoronaVac, e já é autorizada para uso na Índia, Mongólia, Mianmar, Sri Lanka, Filipinas, Bahrein, Omã, Ilhas Maldivas e Ilhas Maurício e Irã.
Algumas perguntas foram elencadas para serem respondidas sobre a compra das vacinas:
— Por que a empresa que fez a intermediação da compra da Covaxin tinha que ser uma que já passou calote no ministério?
— Por que outras vacinas tiveram que esperar meses e essa precisou de cerca de 90 dias?
— Por que o governo condicionou assinar contratos à aprovação da Anvisa, mas nesse caso assinou sem que a aprovação tivesse acontecido?
— Por que houve pressão pela aquisição dessa vacina e não houve para as demais?
O senador Jorginho Mello (PL-SC) defendeu o governo:
— Não foi adquirido nada, não foi pago um real. Assim que soube [das suspeitas], o presidente da República determinou ao ministro [Eduardo] Pazuello que verificasse. Como não tinha nada de errado, a coisa continuou.
Fonte: Agência Senado