A filha do cantor Belchior e os outros dois irmãos envolvidos no assassinato do metalúrgico Leizer Buchwieser dos Santos foram condenados pelo crime, que aconteceu em agosto de 2019. Isabela Meneghelli Belchior confessou ter desferido uma facada no metalúrgico.
“Foi a pior coisa que fiz na minha vida”, disse em seu depoimento em frente ao júri.
A filha do cantor Belchior, a namorada dela, Jaqueline Priscila Dornelas Chaves, o cunhado, Estefano Rodrigues, e Bruno Thiago Dornelas Rodrigues, são acusados do assassinato do metalúrgico que, segundo a polícia, era pedófilo.
O julgamento que começou na manhã de terça-feira (22) no Fórum Criminal de São Carlos (SP) terminou por volta das 3h da madrugada desta quarta (23), após mais de 18 horas.
O crime
Leizer Buchwieser dos Santos desapareceu em 26 de agosto de 2019, depois de sair de casa para trabalhar. O carro que ele usava foi encontrado queimado em um canavial e o seu corpo foi achado por um sitiante com as mãos e os pés amarrados, em uma mata na região rural da Babilônia, em 1º de setembro.
Segundo a Polícia Civil, Santos era pedófilo, costumava marcar programas sexuais pelas redes sociais e pedia o envolvimento de crianças, oferecendo um pagamento maior.
Ele teria marcado com Jaqueline um programa por R$ 500, no qual ela teria levado a sobrinha de três anos.
Jaqueline teria informado ao irmão, que é pai da menina, sobre o encontro. De acordo com com delegado, ela convidou ainda a namorada, Isabela, e um outro irmão para ir ao local combinado. A intenção seria de extorquir o metalúrgico.
“Sabiam que a vítima queria cometer um crime e extorquiram a vítima no local e se apropriaram do dinheiro”, afirmou o delegado que comandou as investigações, Gilberto de Aquino.
De acordo com o delegado que comandou as investigações, Santos foi até uma casa, onde as duas mulheres e a criança o esperavam. Elas pegaram o dinheiro e começaram a xingá-lo, mas ele reagiu e agrediu uma delas. Os outros homens entraram na briga e esfaquearam o metalúrgico.
Após o crime, o grupo abandonou o corpo em uma área e o carro, incendiado, em outra área.
Condenações
Isabela Meneghelli Belchior foi condenada a 9 anos e 10 dias de prisão, sendo oito anos por homicídio e um 1 ano e 10 dias por ocultação de cadáver.
Os irmãos Estefano Rodrigues e Bruno Thiago Dornelas Rodrigues foram condenados a mais de 12 anos cada, sendo dez anos, dez meses e 20 dias pelo homicídio e um ano, dois meses e onze dias por ocultação de cadáver.
Jaqueline Priscila Dornelas Chaves, namorada de Isabela e irmã dos condenados, foi absolvida das acusações e está em liberdade. Ela, Isabela e o irmão Estefano estavam presos desde 2020, enquanto Bruno foi preso em 2021.
Após os depoimentos dos réus, em que todos declararam que Jaqueline não estava no local do crime, o Tribunal do Júri entendeu que ela não teve participação no homicídio e na ocultação de cadáver.
O defensor público Pedro Naves Magalhães, advogado de Isabela, informou que não vai recorrer da decisão.















