Os moradores do pequeno município de Vera Cruz, no Rio Grande do Norte, se comoveram com uma cena triste e inusitada nesta quinta-feira (21). Um homem carregava o corpo de sua mãe em um carrinho de mão, uma pá, e dirigia-se ao cemitério municipal.
A cena dele chegando ao cemitério da cidade comoveu a população. Dezenas de moradores aglomeraram-se às portas do cemitério para tentar entender o que acontecia.
O homem carregou o corpo da mãe, coberto apenas com um lençol, por mais de 5 km desde a comunidade rural de Olho D’água, em Monte Alegre (RN), até o cemitério da cidade. Segundo a prefeitura de Vera Cruz, Antônia Alves da Silva, 82, morreu na tarde de ontem na propriedade da família, que fica em uma área rural.
Analfabeta, ela morava sozinha com o filho, Joaquim, de aproximadamente 60 anos, que também é analfabeto e não soube precisar a própria idade.
Em depoimento à equipe de assistência social da cidade, ele contou que não sabia o que fazer quando a mãe morreu. Então, ele a colocou num carrinho de mão, pegou uma pá e tentou se dirigir ao cemitério de Monte Alegre.
Ele alegou que a pá seria usada para enterrar a mãe e que ele aguardava pela ajuda do coveiro. “Ele chegou à cidade por volta das 7 horas e, como a cidade é monitorada por câmeras, em questão de minutos a Guarda Municipal compareceu ao local, onde prestou atendimento a Joaquim.
Os agentes explicaram que ele não poderia simplesmente trazer a mãe para o enterro, que haviam trâmites burocráticos a seguir, mas ele não compreendia”, explicou a prefeitura.
A Polícia Militar também foi acionada para auxiliar no caso, assim como técnicos da Secretaria de Assistência Social da cidade.
Descobriu-se que Joaquim não poderia enterrar a mãe no cemitério de Vera Cruz porque a comunidade de Olho D’água pertence ao município de Monte Alegre. A prefeitura chamou também o Itep (Instituto Técnico-Científico de Perícia) da Polícia Civil, para que pudessem fazer exames que confirmassem a causa da morte.
Segundo informações de vizinhos, ela sofria com uma ferida aberta que pode ter infeccionado e causado a sua morte.
Foi providenciada uma viatura que levasse o corpo de Antônia ao município vizinho, onde Joaquim poderia, enfim, realizar o sepultamento.
*Com informações do UOL.