alliance

Rapaz toma medicação para dormir, alucina, e acaba comprando dois pacotes de viagem

Avatar photo
Jovem acordou e viu uma cobrança de R$ 9 mil no seu cartão de crédito, sem lembrar do que tinha acontecido.

Viralizou no Twitter a história de um rapaz que contou ter comprado dois pacotes de viagem para Buenos Aires, na Argentina, no valor total de R$ 9 mil, após tomar o remédio Zolpidem, indicado para insônia.

“Eu tomei zolpidem, tive alucinação e comprei dois pacotes de viagem”, relatou o jovem em uma conversa com o vendedor do pacote, “e ainda falando que eu era neto da rainha de Genóvia”.

Ao ser questionado pela agência de viagens onde ele comprou os pacotes, disse “Sinceramente, não sei”.

Foto: Reprodução/Twitter

Em sua postagem no Twitter, o rapaz que diz se chamar Pedro H.A. Pereira, não informou se conseguiu cancelar e estornar os R$ 9 mil do seu cartão de crédito.

PERIGO

O Zolpidem é um remédio seguro que induz o sono, indicado para tratamento pontual da insônia. Para comprar é necessário ter uma receita médica.

“A pessoa tem um rebaixamento do nível de consciência e acaba entrando no sono com mais facilidade [depois de tomar o medicamento]”, explica o psiquiatra Henrique Bottura, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista.

No entanto, o medicamento tem algumas características que são importantes e que nem sempre levamos em conta. Uma delas é o sonambulismo – a pessoa sai como sonâmbula pela casa e não lembra o que fez.

“O remédio não deve ser demonizado, mas existem alguns perigos. A pessoa pode fazer refeição fora de hora, arrumar a casa, dirigir pela cidade, mandar mensagens e não lembrar. Um efeito colateral que não é tão raro e é potencialmente perigoso”, explica o psiquiatra Daniel Barros.

Sobre o caso do jovem que comprou os pacotes de viagem, especialistas explicam que é possível.

Você precisa tomar o medicamento e não sair mais da cama. Algumas pessoas são sensíveis, tem gente que toma e vai até a padaria e isso é perigoso, porque o remédio pode fazer efeito. Se a pessoa está dirigindo, ela pode bater o carro. O paciente também pode fazer algo e se arrepender depois, pode falar dormindo, andar dormindo”, completa o psiquiatra Amilton dos Santos Júnior, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

O medicamento também não deve ser misturado com álcool, maconha ou com outros remédios que dão sono.