Era para ser apenas uma visita a um amigo, em Camboriú, e na volta para casa, o padre Fabrício Adão Bernardo se deparou com uma mulher deitada, na margem da BR 101, em Itapema. A ocorrência foi registrada na noite de 23 de julho, um domingo.
A noite chuvosa dificultava a visão, mas o religioso percebeu que debaixo de cobertas havia essa pessoa. Ele parou o carro, deu marcha ré e percebeu que a pessoa já tinha sofrido um atropelamento. “Ela tava quase sendo atropelada novamente, devido a alta velocidade dos veículos e não medi consequência e liguei pedindo socorro”, relatou.
O padre também lembrou que acompanhou a evolução do quadro da mulher que vivia em situação de rua por pelo menos três dias e que, até hoje, ainda acompanha a rotina da vítima. Em relação a moção de aplauso, ele agradeceu e destacou o reconhecimento feito pelo parlamento catarinense. “Isso mostra para todo o estado que para fazer o bem não precisa ser padre, religioso, você precisa ser humano.”
O padre Fabrício atua em Itapema, conhecido por ser um personagem ativo na sociedade catarinense, tem ganhado espaço por defender causas sociais e importantes no contexto da cidade. O religioso é natural de São José, na Grande Florianópolis, e passou a infância em Paulo Lopes.
Apesar de grandes dificuldades e ausência da família, se doou a vocação religiosa em 2015 pela Igreja Católica Apostólica Brasileira e ordenado sacerdote em 2018. Atuou em diversos municípios e hoje trabalha em Itapema. Um dos episódios que marcou a trajetória do religioso foi a cerimônia de despedida de Jesse e Shurastey, o jovem catarinense e o cachorro de estimação que morreram em um acidente nos Estados Unidos, em 2022, quando seguiam rumo ao Alasca.
A homenagem foi proposta pelo deputado Sérgio Guimarães (União), que destacou o compromisso de Fabrício com a comunidade de Itapema e Litoral Norte. Para ele, o sacerdote demonstra um sentimento de humanismo e gesto de amor.
“Num momento em que as pessoas estão frias e egoístas, o padre se destaca diante de tudo que passamos no que diz respeito à sociedade, o religioso nos demonstra que dá para ter mais empatia.”
