A Polícia Civil segue investigando a morte trágica de Luiz Eduardo Scloneski, de 21 anos, decapitado por uma linha de pipa com cerol na BR-470, em Navegantes, no dia 1º de março. O motociclista seguia pela rodovia quando foi atingido. Conforme os bombeiros, o impacto da linha sobre o pescoço foi tão grande, que a vítima acabou sendo decapitada, tendo morte instantânea.

Luiz Eduardo era soldador e recém-casado – completaria três meses de casamento na última quinta-feira (13). Ele morava em Navegantes com a esposa, Kaline Antunes, que estava na garupa da moto e teve ferimentos nos braços e pernas.
Uma semana após o acidente, familiares e amigos fizeram uma manifestação no local pedindo por justiça e alertando para os perigos do uso do cerol. Uma placa que diz que “cerol corta vidas” foi inserida na margem da rodovial (foto abaixo).

A Polícia Civil já identificou duas crianças, irmãos gêmeos de 8 anos, que estavam empinando pipas no local. Os pais das crianças foram ouvidos e a investigação busca identificar um terceiro menino que estava com eles.
Em depoimento, a mãe dos gêmeos disse que imaginava que os filhos estivessem brincando perto de casa e afirmou que não sabia que os meninos estavam empinando pipa próximo da BR-470.
“Agora trabalhamos para identificação do terceiro, que era o que efetivamente estava às margens da rodovia, na posse dessa pipa que ocasionou o acidente“, informou o delegado Osnei de Oliveira. Imagens de câmeras de segurança mostram esse menino fugindo do local ao perceber o acidente com o motociclista. Uma testemunha que prestou socorro às vítimas também será ouvida.
Ainda de acordo com o delegado, neste caso, não cabe pena criminal aos pais, mas eles podem ser processados na área cível. Ainda segundo a polícia, os pais também devem responder pelo fato das crianças estarem soltas em uma rodovia.
A linha com cerol foi comprada em um comércio local, segundo a polícia. Desde 2001, a legislação de Santa Catarina proíbe a fabricação, venda e uso de linhas cortantes, como as preparadas com cerol ou similares.
Em nível nacional, tramita um Projeto de Lei, desde 2011, que visa criminalizar a fabricação, comercialização e uso desse tipo de material, prevendo penalidades como detenção e multas.
A linha de pipa com cerol é um fio cortante, utilizado com o objetivo de cortar a linha de outras pipas durante competições ou brincadeiras. O cerol é feito com uma mistura de cola e vidro moído, o que o torna extremamente afiado e perigoso.
O caso gerou grande comoção e reacendeu o debate sobre os perigos do uso de cerol em pipas. A Polícia Civil e autoridades locais reforçam a importância da conscientização sobre os riscos e da fiscalização para evitar novos acidentes.