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Justiça condena cunhado por ajudar o irmão a ocultar corpos da mulher e dos filhos dela em SC

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O autor dos crimes, irmão do réu, foi encontrado morto dentro da cela três meses após ser preso.

Em agosto de 2024, Gilson Haskel foi preso por matar a ex-esposa e os dois filhos, de 2 e 4 anos, em Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí. Ele foi detido no Paraná e tinha como objetivo chegar ao Paraguai.

Três meses depois, Gilson foi encontrado morto em sua cela, na Unidade de Segurança Máxima de São Cristóvão do Sul, no Planalto Serrano. De acordo com informações da sua defesa, ele cometeu suicídio, usando uma camiseta.

Nesta semana, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina, a Justiça condenou o irmão dele, Gelvani Haskel, por ocultação de cadáveres, posse irregular de arma de fogo e, ainda, pela omissão ao não comunicar violência contra crianças.

Como os crimes foram cometidos

De acordo com a investigação, na noite de 27 de agosto de 2024, Gilson Haskel assassinou a ex-companheira, Edinéia Telles,  e os dois filhos deles, Luan e Lyan de 2 e 4 anos de idade na época dos crimes, dentro da residência da família, no bairro Pinheiro, em Presidente Getúlio. Edinéia e Gilson ficaram casados por 17 anos.

Gilson tinha passagens policiais por ameaça e lesão corporal, segundo a Polícia Militar. Um mês antes dos corpos terem sido encontrados, Edinéia denunciou o homem e pediu pedida protetiva para que ele não se aproximasse dela.

Mesmo com a ordem judicial em vigor, o agressor conseguiu se aproximar da vítima e cometer os assassinatos, evidenciando a vulnerabilidade da mulher diante da violência doméstica.

Após praticar os homicídios – Gilson confessou em depoimento que matou a ex-mulher e filhos a tiros – ele contou com a ajuda do irmão Gelvani para se livrar dos corpos. Os cadáveres foram transportados no porta-malas do veículo da vítima até uma área isolada, em Ibirama.

No local, o carro foi incendiado com os corpos dentro e arremessado em uma ribanceira na tentativa de destruir as provas do crime, que chocou a região do Alto Vale do Itajaí.

Carro onde corpos de mãe e filhos foram encontrados — Foto: Greice Sauer/RBA TV/Arquivo

Ficou bem claro que ele auxiliou o irmão no transporte e na incineração dos corpos, além de ter mantido sob sua guarda uma espingarda calibre 12 utilizada no crime. Apesar da alegação de que teria sido coagido pelo irmão, o Ministério Público provou que ele teve diversas oportunidades de comunicar às autoridades e deliberadamente optou por não fazê-lo“, enfatizou a Promotora de Justiça que atuou no caso, Juliana da Costa Lima Cangussu.

Gelvani Haskel cumprirá pena de seis anos, oito meses e 10 dias de reclusão e um ano de detenção, além do pagamento de uma indenização de R$ 500 mil às famílias das vítimas.