GAECO mira militares suspeitos de proteger contrabandistas em troca de propina
O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou na manhã desta quinta-feira (15) uma operação que resultou no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, oito mandados de busca pessoal e dois mandados de prisão temporária.
As ações ocorreram nos municípios de Barracão e Pranchita, no Paraná, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar e fazem parte de uma investigação que apura a prática dos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, peculato e prevaricação, supostamente cometidos por dois policiais militares lotados no Pelotão de Barracão, no Sudoeste do estado.
De acordo com o Ministério Público, as investigações, iniciadas em 2024, revelaram indícios de que os militares teriam se associado a empresários e outros civis da região para formar um esquema criminoso.
O grupo é suspeito de cobrar valores de pessoas envolvidas com contrabando e descaminho de mercadorias oriundas da Argentina. Aqueles que pagavam os valores exigidos, segundo as apurações, não tinham suas cargas apreendidas e recebiam informações privilegiadas sobre eventuais operações policiais em curso.
Além disso, em algumas situações em que houve apreensão de produtos, parte da carga teria sido desviada pelos próprios agentes de segurança para benefício pessoal.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos, que agora passarão por perícia. O material servirá para aprofundar as investigações em andamento.
