O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, que viajou à Ucrânia em maio deste ano após se alistar online como voluntário na guerra, está usando as redes sociais para pedir ajuda para conseguir deixar o país.
O jovem, natural de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, alegou que sua intenção era atuar como operador de drones, mas recebeu ordens para se deslocar para próximo à linha de frente dos combates.
Lucas expressou insatisfação com a mudança de função, afirmando em uma publicação na sexta-feira (25) que, embora tenha sido recrutado para trabalhar com tecnologia militar, foi realocado para um batalhão de infantaria em Kharkiv, uma das regiões mais afetadas pela guerra com a Rússia.
“Vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com tecnologia militar, principalmente na área de drones. Desde que cheguei aqui tudo mudou. Estão me empurrando para funções de infantaria. Disseram que é treinamento, mas não acredito mais nisso. Estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem meu consentimento”, desabafou em vídeo.
Dificuldades no retorno e busca por apoio
O principal entrave para o retorno de Lucas é um contrato assinado com o Ministério da Defesa Ucraniano. O documento, datado de 29 de junho de 2025, tem validade de três anos e proíbe o rompimento durante os primeiros seis meses, período classificado como “formação experimental”.
Isso significa que Lucas está legalmente impedido de deixar a Ucrânia até, pelo menos, dezembro de 2025.
No desabafo, o jovem alegou ter contatado a Embaixada do Brasil na Ucrânia, onde foi informado que a autoridade não poderia interferir na situação. Após seu relato ganhar repercussão nas redes sociais, Lucas disse que outros brasileiros na Ucrânia entraram em contato para oferecer ajuda.
“Estamos conversando. Me pediram informações e disseram que vão me dar um retorno. Mas o futuro continua incerto”, afirmou.
Lucas também expressou que não se sente preparado física ou psicologicamente para atuar na linha de frente do conflito. “As pessoas que estiveram no front falam que se conseguir, fuja do front, ninguém está preparado verdadeiramente para o front”, relatou.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, até julho deste ano, nove brasileiros morreram no conflito na Ucrânia e 17 estão desaparecidos.