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Pai que matou bebê tem comportamento sádico e já teria agredido outras crianças, diz delegado

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Investigado por matar o próprio filho, homem também apontado pela polícia como autor de uma série de agressões contra filhos, enteados e ex-companheiras.

O delegado Luis Gustavo Timossi, da Polícia Civil, revelou nesta sexta-feira (8) que Lucas Rodrigues Soares, de 37 anos, preso preventivamente em Ponta Grossa (PR) por suspeita de matar o próprio filho de dois meses, já teria agredido pelo menos seis crianças ao longo dos últimos anos. Relembre aqui o caso.

As vítimas, segundo o histórico policial, seriam filhos ou enteados do suspeito. Timossi relata que solicitou que a Polícia Científica faça exames para verificar se o investigado possui transtorno de personalidade, pois, nas palavras do delegado, “o comportamento sádico, caracterizado pela crueldade verificada, indica traços de psicopatia”.

De acordo com Timossi, Lucas se aproveitava de momentos em que as mães das crianças saíam para trabalhar para praticar as agressões. Entre os registros, há casos de mordidas em um bebê, fratura no fêmur de um enteado e administração de superdosagem de medicamento a um recém-nascido.

Lucas está preso desde 19 de julho de 2025, quando a companheira encontrou o filho morto, durante a madrugada, com sinais de agressão. O laudo pericial apontou traumatismo cranioencefálico, causado por “ação contundente”, como a causa da morte.

“A frieza e crueldade demonstradas pelo suspeito são absolutamente inaceitáveis. Estamos diante de um caso que reúne os elementos mais desprezíveis da violência: o assassinato de uma criança indefesa pelas mãos de quem deveria protegê-la”, declarou o delegado.

As investigações continuam e não descartam a existência de outras vítimas.

Mãe buscou ajuda

De acordo com o relatório da Guarda Civil Municipal (GCM), a mãe do bebê, de 32 anos, chegou do trabalho por volta das 23h de sexta-feira (18 de julho). O suspeito informou que havia alimentado a criança e que ela deveria permanecer dormindo.

Por volta das 3h de sábado, a mulher acordou para amamentar o filho e percebeu que ele estava com a pele fria e um ferimento no olho. Ao pedir o telefone do companheiro para ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ela foi agredida e o homem é suspeito de esfaquear sua perna.

Conforme a GCM, a mãe retornou à cama e fingiu estar desacordada até que o homem dormisse. Em seguida, pegou o filho nos braços, pulou o muro e se dirigiu a uma base regional para buscar ajuda. A equipe médica foi acionada pelos guardas, mas o bebê já não apresentava sinais vitais.

Lucas Rodrigues Soares foi encontrado e preso em flagrante pelos guardas dentro do quarto da casa.

Histórico de agressões apontado pela polícia

  • 2016 – Enteado de 3 anos: suspeita de tapa no rosto, causando lesões.
  • 2017 – Filho de 2 meses: mordidas que deixaram marcas; suspeito alegou “brincadeira”.
  • 2021 – Enteado de 2 meses: fratura no fêmur após agressão.
  • Data não especificada – Enteado de 2 anos: suspeito teria jogado o gato da família contra a criança durante o banho.
  • Data não especificada – Filho recém-nascido: superdosagem de medicamento; bebê nasceu com lesão na clavícula. Suspeito teria dito que era “melhor para ele não sentir dor”.
  • 2025 – Filho de dois meses: suspeita de agressão fatal, resultando em traumatismo cranioencefálico.

Violência contra companheiras

Além das agressões contra crianças, há registros de violência doméstica contra ex-companheiras. Em setembro de 2016, uma delas relatou que Lucas tentou matá-la por estrangulamento, mas não registrou ocorrência por medo.

Outras duas ex-parceiras afirmam ter sido impedidas de buscar atendimento médico para os filhos após agressões.

A mãe do bebê morto em no mês passado também disse ter sido agredida enquanto estava grávida.

No interrogatório sobre o caso mais recente, Lucas não demonstrou reação e afirmou “não lembrar” de ter feito algo contra o filho. Segundo ele, o único episódio incomum foi um engasgo breve com leite no final da tarde anterior.