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Pai é apontado como assassino de bebê de 2 meses; suspeito alega “amnésia”, diz polícia

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Delegado acredita que bebê de dois meses morreu após ser agredido pelo pai, Lucas Rodrigues Soares. À polícia, homem disse não se recorda de ter feito nada contra o filho.

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As investigações sobre a morte de um bebê de apenas dois meses em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, apontam que a criança foi assassinada pelo próprio pai, Lucas Rodrigues Soares.

A informação foi confirmada nesta quarta-feira (23) pelo delegado Luis Gustavo Timossi, responsável pelo caso, após a finalização do exame de necropsia e um novo interrogatório do suspeito.

Delegado Luis Gustavo Timossi diz que o suspeito demonstra personalidade violenta — Reprodução/RPC
Laudo pericial confirma traumatismo cranioencefálico e suspeito alega amnésia

O laudo da Polícia Científica revelou que o bebê apresentava diversos ferimentos no rosto e na cabeça. Durante o interrogatório, Lucas Rodrigues Soares, de 37 anos, alegou “não lembrar” de ter feito nada contra o filho.

“O indivíduo não esboçou nenhuma reação durante o interrogatório desta quarta-feira. Ele demonstra personalidade violenta e aponta psicopatia em relação a agressões de menores, crianças de tenra idade que não têm a mínima chance de se defender”, afirmou o delegado Timossi.

O g1 teve acesso ao laudo pericial, que indica traumatismo cranioencefálico causado por ação contundente como a causa da morte. Contudo, o documento não possui elementos suficientes para confirmar ou negar tortura, ou meio insidioso ou cruel.

Lucas, que está preso desde sábado (19), alegou à polícia que a única ocorrência incomum foi um engasgo momentâneo do filho com leite na sexta-feira à tarde, após o qual o bebê teria dormido normalmente.

“A investigação aponta o homicídio doloso e descarta engasgo acidental. Vale ressaltar que o suspeito foi questionado diversas vezes se teria ocorrido alguma queda que pudesse ter causado lesão na criança e ele nega. […] Ele estava sozinho com a criança quando ela sofreu essas lesões decorrentes de agressão – uma ação contundente; ou seja, um trauma, uma pancada que ela sofreu e acabou vindo a óbito”, complementou o delegado.

Histórico de violência e agressão à esposa grávida

A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo pericial da casa da família e outras diligências para finalizar o inquérito. No entanto, o delegado adianta que Lucas deve ser indiciado por homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.

O delegado Timossi revelou que Lucas Rodrigues Soares é investigado por outros dois casos de violência contra crianças e também por agredir a esposa grávida. Em 2021, um boletim de ocorrência foi registrado contra ele após agredir o enteado, de dois meses, que sofreu fratura no fêmur.

Ele também é suspeito de agredir uma criança de três anos com um tapa no rosto, em 2016. Em janeiro deste ano, outro boletim de ocorrência foi registrado contra o homem por agressão à esposa, que estava grávida do menino que faleceu.

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Mãe buscou ajuda

De acordo com o relatório da Guarda Civil Municipal (GCM), a mãe do bebê, de 32 anos, chegou do trabalho por volta das 23h de sexta-feira (18). O suspeito informou que havia alimentado a criança e que ela deveria permanecer dormindo.

Por volta das 3h de sábado, a mulher acordou para amamentar o filho e percebeu que ele estava com a pele fria e um ferimento no olho. Ao pedir o telefone do companheiro para ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ela foi agredida e o homem é suspeito de esfaquear sua perna.

Conforme a GCM, a mãe retornou à cama e fingiu estar desacordada até que o homem dormisse. Em seguida, pegou o filho nos braços, pulou o muro e se dirigiu a uma base regional para buscar ajuda. A equipe médica foi acionada pelos guardas, mas o bebê já não apresentava sinais vitais.

Lucas Rodrigues Soares foi encontrado e preso em flagrante pelos guardas dentro do quarto da casa. Após inicialmente negar saber o que havia acontecido, ele afirmou que o bebê havia se engasgado às 18h de sexta-feira e que não chamou socorro médico por “não saber o que relatar”.

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