Medicina Legal é uma ciência que busca explicar a causa da morte, correlacionando o fato ao óbito. O médico legista identifica causas de natureza externa, como crimes e acidentes.
Como os mortos não se examinam, o termo próprio é necropsia, sem acento, de acordo com o “Aurélio”, o “Houaiss” e o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, da Academia Brasileira de Letras.
Após o reconhecimento feito por familiares, o corpo é identificado com o número do RG ou do boletim de ocorrência e são coletadas as impressões digitais. As roupas e os projéteis são encaminhados para exames balísticos. O corpo é pesado e lavado com água e sabão.
A Machado-B Cinzel de crânio-C Agulha-D Pinça-E Tesoura-F Martelo com gancho-G Bisturi-H Talhador de costela-I Serra para osso. Imagem: Gustavo Angimahtz, Mirella Nascimento e Renata Miwa |
A tampa do crânio é retirada mas o cérebro só pode ser arrancado se todos os nervos que o conectam ao corpo são cortados – entre eles, os nervos ópticos, ligados aos olhos.
O próximo corte, para acesso a tórax e abdome, vai da altura do pescoço ao púbis, em forma de Y (os cortes em T e I são menos usados, pois deixam marcas no pescoço).
Os órgãos agredidos que podem ajudar na descoberta da causa da morte são retirados e examinados – como um coração esfaqueado ou o estômago, no caso de envenenamento.
Cérebro, coração, pulmões, estômago, pâncreas e outros órgãos são pesados, medidos e examinados.
Órgãos pálidos revelam hemorragia, pois a irrigação sanguínea foi comprometida.
4. Na barriga
Depois de analisados, os órgãos são inseridos na abdome. Nada é colocado como antes, mas “jogado” dentro do corpo e costurado com uma linha grossa.
O processo inteiro, da chegada à liberação do corpo, dura de quatro a oito horas. A necropsia leva entre duas e três horas.
Ao fim do exame, o IML emite uma Declaração de Óbito, com a identificação e o motivo da morte.
Com esse documento, a família consegue retirar a Certidão de Óbito em um cartório.