Parlamentares analisaram os efeitos da pandemia em Santa Catarina, com críticas à retomada do transporte coletivo e elogios à empresa WEG que produziu respiradores para UTIs, durante a sessão de terça-feira (2), da Assembleia Legislativa.
Estamos prestes a ter liberação total de todas as atividades, inclusive o transporte público sempre superlotado. O contexto é apreensivo e de falta de transparência. Quem tem segurança em responder quais critérios estão baseando a flexibilização da quarentena? Quais hospitais receberão mais leitos e quando? Quais gastos estão surtindo efeito? Não temos essas respostas, sequer temos testes suficientes, avaliou Luciane Carminatti (PT).
Milton Hobus (PSD) criticou a gestão da crise sanitária e citou o caso do frigorífico da JBS, em Ipumirim, reaberto pela Justiça.
Fui falar com vários frigoríficos de Santa Catarina e me falaram do quanto investiram para poderem trabalhar desde o início da pandemia, não fecharam nem um dia. Só depois de 60 dias começaram a aparecer os casos nos frigoríficos, isso significa que não precisaria fechar tudo, (o vírus) só iria chegar agora no interior”, argumentou Hobus.
Segundo o deputado, a unidade de Ipumirim foi fechada por causa de negativa dos gestores do frigorífico de assinar um pacto com o Ministério Público do Trabalho (MPT).
A JBS se negou assinar um pacto e por isso essa promotora fechou durante uma semana, mas se não tivesse aberto, Santa Catarina seria notícia internacional, a prefeitura de Ipumirim teria de abrir as valas para enterrar as aves e o volume de aves que teriam de ser abatidas seria equivalente a 41 mil pessoas mortas, comparou o representante de Rio do Sul.
Já o deputado Doutor Vicente Caropreso (PSD) elogiou o esforço da empresa WEG Motores, de Jaraguá do Sul, para remodelar sua linha de produção para construir respiradores de uso em unidades de terapia intensiva (UTIs).
A situação confusa da compra desastrada de respiradores da China felizmente vai sendo resolvida, e a solução veio mais perto e mais barata do que se esperava: a solução está em Santa Catarina, em Jaraguá do Sul, a empresa WEG, que, com uma rapidez inacreditável, obteve a licença para produzir em série. Serão 500 ao todo nesta primeira investida do governo estadual, 100 unidades já foram entregues, mão-de-obra daqui, impostos aqui, ressaltou Caropreso.
O representante de Jaraguá do Sul leu trecho de carta redigida pelo diretor da WEG, Décio da Silva, descrevendo o feito heróico da empresa e classificando a operação como “de guerra”, inclusive com a fabricação de componentes que estão em falta no mercado mundial.
Suspensão da jardinagem
Eskudlark comemorou a decisão do governo de suspender o contrato de jardinagem nas escolas públicas estaduais depois de denúncia feita na tribuna na Casa. Segundo o deputado, para a regional de Criciúma o contrato era de R$ 2,4 mi, dos quais já foram gastos R$ 869 mil.
Valdir Cobalchini (MDB) elogiou o colega e indicou a importância da oposição para o êxito dos governos.
Está ajudando mais o governo agora do que antes, quando era líder do governo. Ainda vai cancelar muitos editais e trazer muita economia para o nosso estado, brincou Cobalchini.
Cobalchini fez um apelo à moderação e ao bom senso:
As manifestações estão cada vez mais radicais, chegando ao extremo da violência. Se existe algo que a história nos ensinou é que nada de bom vem desse tipo de radicalismo. É hora de retomar o caminho do bom senso, não podemos aceitar que nenhum grupo resolva divergência na pancadaria, na intimidação, o Brasil precisa de paz e de tranquilidade, a radicalização não promete nada de bom para o nosso futuro, insistiu o representante de Caçador.