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“Entre repetir o ano ou a vida do meu filho, fico com a vida do meu filho”, diz deputada

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Volta às aulas está prevista para 3 de agosto em Santa Catarina.

A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, deputada Luciane Carminatti fez uma análise pessimista para o retorno às aulas, previsto para ocorrer no mês de agosto deste ano.

Na avaliação dela, apresentada na reunião realizada por videoconferência, o ano letivo de 2020 já está encerrado, por não ver como recuperar o tempo de março até agora, apesar de enfatizar que quem definirá o retorno às aulas serão as autoridades sanitárias. 

Entre repetir o ano ou a vida do meu filho, fico com a vida do meu filho”, defendeu a parlamentar.

Na reunião, ao responder questionamento feito pelo deputado Ismael dos Santos, a deputada fez um relato das reuniões que tem participado no estado e nacionalmente para discutir o retorno às aulas. 

Ela disse que foram criados cinco grupos de estudos que estão elaborando protocolos de segurança e que há preocupação com as implicações trazidas pelo modelo de ensino remoto durante a pandemia, além da sobrecarga dos professores e a exclusão de parte dos estudantes. 
Destacou ainda que no ensino público estadual, em levantamento realizado, 18% dos alunos não têm acesso à tecnologia para o ensino remoto e 10% nem responderam o questionamento. “Nossa estimativa é de 30% a 50% dos alunos não têm acesso a essa tecnologia.”

Para a deputada, a retomada das aulas presenciais deve levar em consideração o como voltar, quem e quando devem ser retomadas as atividades nas escolas. 

O mais importante do que o cumprimento das 800 horas letivas previstas em lei é priorizar o aprendizado e a saúde física e mental de professores e estudantes.”

A deputada Paulinha  lembrou ainda que, além da problemática do retorno às aulas, ainda há a questão do transporte escolar no qual, em sua avaliação, como ex-prefeita, dificilmente haverá como existir um controle de percentuais de alunos a serem transportados. 

Não existe ônibus escolar que não vá lotado. Para a deputada, não há como retornar as aulas ainda em agosto e que o estado deve insistir no ensino remoto, para depois avaliar se o trabalho foi válido ou não.

A presidente da Comissão de Educação também chamou a atenção para a preocupação do tamanho das escolas, a forma de como será servida a alimentação escolar, dizendo que não há como separar todos os alunos, e o fato que muitos professores integram grupos de risco, com mais de 60 anos e doenças pré-existentes. 

Há ainda pressão absurda sobre os professores, levando ao limite a saúde mental destes profissionais. Não há um método estabelecido para as exigências burocráticas da atividade e os professores ficam 24 horas por dia respondendo mensagens de alunos e pais pelo celular.”

AGÊNCIA ALESC

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