Teste ampliado abrange o diagnóstico de até 50 doenças, incluindo as raras, ao contrário do teste básico que detecta seis doenças. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil |
Um exame de sangue simples, coletado por meio de uma picada no pé do recém-nascido, e que vai muito além do carimbo da impressão digital do pé do bebê, o Teste do Pezinho tem um dia nacional.
Daniela Mendes, superintendente-geral do Instituto Jô Clemente, alerta que ampliar o teste é importante principalmente no período da pandemia da covid-19, porque abrange o diagnóstico de até 50 doenças, incluindo as raras, ao contrário do teste básico, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que detecta seis doenças.
O teste básico consegue detectar fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme e demais hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal congênita e deficiência biotinidase.
De acordo com o médico imunologista e consultor técnico do Instituto Jô Clemente Antonio Condino Netto, as análises deveriam ser ampliadas, principalmente em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), porque quanto mais doenças raras a triagem neonatal puder detectar, melhor para a saúde do bebê.
Em tempos de pandemia, mais do que nunca é necessário que os bebês tenham acesso a exames mais completos, para evitarmos sequelas e problemas sérios de saúde na criança, explicou.
A neurologista infantil Fernanda Monti lembra que é importante que o teste ampliado seja feito entre as primeiras 48 horas e até o quinto dia de vida do bebê, já que esse é o período mais adequado para detectar precocemente doenças raras e graves, que podem acarretar em deficiência intelectual.
Quando os sintomas aparecem sem que haja um diagnóstico precoce, pode ser tarde. O grande número de erros no metabolismo existentes pode resultar em quadros clínicos diversos, variando desde pacientes assintomáticos até casos mais graves, incluindo situações em que o bebê vai a óbito. O foco da triagem neonatal ampliada é evitar sequelas como a deficiência intelectual, além de melhorar a qualidade de vida do paciente tratado precocemente e melhorar o custo efetividade do sistema de saúde”, disse.
O Teste do Pezinho foi implantado no país pelo Instituto Jô Clemente em 1976, e desde 2001 é um Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) credenciado pelo Ministério da Saúde. O instituto foi um dos principais responsáveis pelo surgimento das leis que obrigam e regulamentam o exame.