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‘As mortes não são por falta de leitos, mas porque a doença é grave’, diz secretário

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André Motta disse que mesmo em UTI os pacientes estão morrendo.

Nesta sexta-feira (5), o Governo do Estado de Santa Catarina confirmou ao Ministério Púbico de Santa Catarina que 36 pessoas morreram em fevereiro sem conseguir vaga em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de 478 solicitações feitas para pacientes com Covid-19. 

O MPSC solicitou na quinta-feira (4) o quantitativo de pessoas que morreram enquanto aguardavam uma vaga de UTI e deu prazo de 48 horas para resposta. O Ministério Público não informou o que deve fazer, agora que recebeu as informações.

Um levantamento aponta que entre fevereiro e a noite de quinta-feira (4) foram registradas 51 mortes de pacientes com coronavírus à espera de leitos especializados nas unidades de saúde catarinense, sejam UTIs ou enfermarias.

Na última quarta-feira (3), pela primeira vez desde o início da pandemia, o governo divulgou junto ao boletim de informações do coronavírus o número de pacientes em espera por leitos.

A situação da pandemia se agravou em Santa Catarina, principalmente a partir de fevereiro, e há falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 
De acordo com boletim estadual desta sexta, 291 pessoas estavam na lista para transferência para um leito de UTI-Covid em Santa Catarina, a maior parte na região Oeste.

Em entrevista à GloboNews na manhã de quinta (4), o secretário de Saúde estadual, André Motta, disse que “as pessoas não estão morrendo porque estão na fila esperando UTI”, mas “porque a doença é grave”.

“Eu preciso que a gente alinhe alguns entendimentos. As pessoas não estão morrendo porque estão na fila esperando UTI, as pessoas estão morrendo porque essa doença é uma doença grave. Inclusive, pacientes em UTI também estão perdendo a vida e isso é lamentável, é triste. O estado de Santa Catarina é considerado muito bem organizado, tanto na oferta de leitos UTI-Covid, quanto no atendimento PH fixo, [que é ] no atendimento pré-hospitalar”, disse.

“É triste, é grave. Nós havíamos sinalizado isso, eu alertei há um tempo atrás que se nós todos não tivéssemos o entendimento da gravidade do momento pagaríamos um preço muito alto por isso. E esse momento chegou, simplesmente, muito mais forte, mais rápido, do que imaginávamos”, afirmou Motta.

Segundo ele, a velocidade em que a doença atingiu o mundo inteiro está impuando sofrimento nas pessoas, mas o trabalho segue sendo feito.