A maçã Fuji da Região de São Joaquim é a sexta Indicação Geográfica (IG) conquistada por Santa Catarina. A certificação, na categoria de Denominação de Origem (DO), foi anunciada nesta terça-feira (3), pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e abrange uma área de 4.928 km² nos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel.
Uma IG atesta que um produto só tem aquelas características porque é produzido de determinada forma, ou porque tem notoriedade na produção.
A Denominação de Origem parte do pressuposto de que as características geográficas (naturais e humanas) dessa região determinam a singularidade e a qualidade do produto.
A conquista é resultado de uma parceria desenvolvida pela Epagri, Sebrae, UFSC, com apoio de produtores locais e de outras instituições, como a Cidasc, por exemplo.
A maçã Fuji produzida na região de São Joaquim destaca-se por suas características únicas de cor, formato e sabor, entre outras. Por isso, ela foi objeto de pedido de IG. A elevada altitude da região delimitada pela IG (acima de 1.100 metros) é fator determinante para essas diferenciações.
Diferenciais
Noites frias no período de quatro a seis semanas antes da colheita, que vai de março a maio, são determinantes no produto final. Essa diferença entre dias quentes e noites mais geladas é importante para a síntese de antocianina, principal pigmento responsável pela cor vermelha da casca, característica que qualifica as frutas produzidas nessa região.
Maçãs Fuji submetidas a temperaturas mais baixas nas semanas que antecedem a colheita também são mais suscetíveis à ocorrência de pingo de mel, distúrbio fisiológico que deixa o fruto mais doce.
Essas são algumas das razões que embasaram o pedido de concessão de IG na categoria Denominação de Origem. Estes diferenciais fazem a maçã Fuji da Região de São Joaquim ser considerada uma das melhores do mundo, possuindo, portanto, um amplo mercado. A região é responsável por mais de 50% do total de produção nacional desse cultivar.
“Essa é a sexta Indicação Geográfica (IG) de Santa Catarina, e conquistas como essas são de atuação prioritária do Sebrae/SC, que em parceria com outras entidades busca a valorização tanto de territórios quanto dos seus produtos únicos e tradicionais, que mobilizam não só a cadeia produtiva em si, mas podem gerar desenvolvimento e integração a outros elos da cadeia. A IG reconhece e chancela o trabalho do agricultor familiar catarinense, e sedimenta os esforços desse empreendedor na busca por uma produção de qualidade, que gera empregos e renda”, afirmou o gerente de desenvolvimento regional do Sebrae/SC, Paulo Cesar Sabbatini Rocha.
Além da Maçã Fuji da Região de São Joaquim, Santa Catarina conta com outras cinco Indicações Geográficas. A primeira foi a do Vinho dos Vales da Uva Goethe, seguida pela Banana da Região de Corupá e pela Campos de Cima da Serra para Queijo Serrano.
No dia 29 de junho veio a IG Vinhos de Altitude de Santa Catarina, na modalidade Indicação de Procedência (IP) e no dia 20 de julho o Estado conquistou a IG do Mel de Melato da Bracatinga na categoria Denominação de Origem (DO).