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Com gasolina a R$ 8 reais, cidade gaúcha tem o preço mais caro do país

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Preço consta na pesquisa da ANP, porém em município vizinho o litro da gasolina é mais caro ainda.

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No município de Bagé, a 378 quilômetros de Porto Alegre, o litro da gasolina comum encostou nos R$ 8,00. Trata-se do preço mais caro segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que entre 31 de outubro a 6 de novembro consultou 4.733 postos de Norte ao Sul do país. 

No começo de 2021, o litro da gasolina comum tinha um valor médio de R$ 5,54 em Bagé. De lá pra cá, aumentou R$ 2,46.

A escalada chegou a motivar a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de Vereadores para apurar o motivo dos preços elevados, ainda sem definição.

Em Dom Pedrito, município vizinho de 38 mil habitantes (onde a ANP não faz pesquisas), o combustível é ainda mais caro – um dos postos da cidade vendia o litro da gasolina comum a R$ 8,17 nesta semana; a gasolina aditivada saía a R$ 8,27.

Por que é tão caro abastecer em Bagé?

A pergunta não tem uma resposta única, de acordo com João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sulpetro (Sindicato dos Postos de Combustíveis do RS).

A explicação mais ouvida é a de que o município, com cerca de 121 mil habitantes, fica longe da principal refinaria gaúcha, a Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas – cerca de 400 quilômetros de distância.

Isso cria um custo logístico mais elevado. Ocorre que existem cidades ainda mais longínquas da Refap, e nem por isso o preço da gasolina é mais caro do que em Bagé. Aqui entram as outras respostas.

Bagé, por exemplo, não se caracteriza como um grande centro consumidor de combustível, como é a região metropolitana de Porto Alegre.

“Em grandes centros urbanos, o posto pode ganhar na venda em escala. Mas em cidades menores é difícil ter venda nova, o que resulta em um repasse maior ao consumidor”, explica Dal’Aqua.

Além disso, postos menores geralmente têm menor poder de barganha com as distribuidoras. Também é preciso considerar que cada revendedor adota uma estratégia mercadológica ao colocar o preço na bomba.

O presidente da Sulpetro menciona que Bagé leva a má fama porque é onde a ANP realiza as pesquisas.