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Paraná: farda dos tempos do Brasil Império é encontrado em baú antigo

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Farda pertenceu a um capitão do Exército, que foi assessor direto do presidente da República Prudente de Morais, o primeiro presidente civil do Brasil.

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Uma mulher encontrou documentos e uma farda do Exército dos tempos do Brasil Império, no século 19, em um baú que pertenceu à bisavó e que estava em uma casa herdada, em Paranavaí, no noroeste do Paraná. Ceres Monteiro herdou a casa que era da mãe, a dona Eugênia, que morreu em junho deste ano, aos 97 anos.

A mulher conta que quando foi dividir com os irmãos as lembranças da mãe acabou se deparando com um baú, que estava guardado no quarto da dona Eugênia, na parte de cima do guarda-roupa. Os objetos pertenciam ao marido dela, o capitão do Exército Gustavo Ramalho Borba, e bisavô de Ceres. O capitão e a esposa se conheceram em Curitiba, se casaram e construíram a vida no Paraná.

“Isso tem um valor histórico muito grande, está registrado em muitos livros”, diz.

A farda ficou guardada por mais de 100 anos, dentro de um baú. Foto: RPC/Reprodução

O baú, segundo ela, passou por quatro gerações da família. A primeira dona foi a bisavó da Ceres, Eugênia Andrade Borba.

“Pelos documentos que estou lendo, a farda é do meu bisavó. Só que eu não tinha conhecimento da riqueza e da importância dele para o Brasil”, afirma. “Isso não é uma coisa nossa, é da nação, é do Brasil”, destaca Ceres.

O capitão do Exército Gustavo Ramalho Borba, que foi assessor do presidente Prudente de Morais. Foto: RPC/Reprodução

Os objetos, que pertenciam a um capitão da cavalaria tido como um dos articuladores da Proclamação de República, que aconteceu em 1889, foram doados pela família ao Museu Histórico do Exército, no Rio de Janeiro.

A importância do bisavô de Ceres foi descoberta pelo subtenente David Santos Andrade, do Tiro de Guerra de Paranavaí, em pesquisas ao acervo da Biblioteca Nacional.

“O capitão foi um assessor direto do presidente da República Prudente de Morais, o primeiro presidente civil do Brasil. É algo raro da gente encontrar, esse acervo [do capitão]”, conta o subtenente.

O interesse do museu surgiu pela relação entre o capitão e o presidente. Com isso, cartas, despachos, telegramas, cartões funcionais, fotos e o fardamento – acompanhado do recibo de compra de 1984 – agora se tornarão parte oficial da história do país.