Anderson Tadashi Nakamura, acusado de assassinar Inês do Amaral, 57 anos, e Franciele Will, 30 anos (mãe e filha) foi condenado a 32 anos e quatro meses de reclusão em sessão do Tribunal do Júri ocorrida nesta quarta-feira (9), na comarca de Blumenau.
Anderson foi identificado e preso preventivamente somente um ano após os crimes. Durante o julgamento, ele confessou a autoria dos crimes ocorridos na manhã de 4 de abril de 2018 e que comoveram os moradores da cidade.
Todas as qualificadoras trazidas pelo Ministério Público foram aceitas pelos jurados, algo que deixou o promotor do caso, Odair Tramontin, satisfeito. O problema, para a acusação, foram os anos estipulados. Para a promotoria, o perfil de Anderson (que já foi condenado por tráfico de drogas) e a crueldade e frieza dos atos deveriam ter contribuído para uma pena maior.
O CRIME
O réu era conhecido das vítimas e costumava realizar serviços gerais na casa da família. De acordo com a denúncia do Ministério Público, após uma discussão, o homem golpeou Inês do Amaral e a levou desacordada até um quarto, onde foi asfixiada ao despertar.
Ainda segundo o Ministério Público, ele encontrou uma faca e aguardou, por cerca de 4 horas, a chegada de Franciele, filha da vítima, de 30 anos. Escondido atrás da porta de entrada da cozinha da residência, Anderson a surpreendeu ao atacá-la com vários golpes de faca, que causaram sua morte.
O Conselho de Sentença reconheceu a prática do homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de asfixia e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (a mãe da família), e do homicídio qualificado por emprego de meio cruel, emboscada e para assegurar a impunidade contra a filha da primeira vítima.
A motivação do crime teria sido uma discussão com Inês, na qual ela teria falado sobre os pais do autor. Ele foi abandonado pelos pais e perdeu o controle quando ela teria mencionado isso na discussão.
A sessão do júri ocorreu sem a presença do público externo em obediência às orientações sanitárias por conta da Covid-19.
Anderson Tadashi Nakamura que respondeu ao processo recolhido no Presídio Regional de Blumenau, não poderá recorrer da decisão em liberdade. O processo tramita sob sigilo.
Familiares das vítimas aguardaram o término da sessão do lado de fora, onde foram espalhadas faixas que pediam por justiça. Um dos parentes era Evânio Sall, irmão de Inês:
“A gente se sente aliviado que pelo menos ele foi julgado. Nunca vamos nos contentar porque a vida de uma pessoa vale mais que 32 anos de reclusão, mas espero que a lei seja cumprida e que ele não saia [da prisão] depois de um tempo” desabafou.















