O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Fernando da Silva Comin, esteve em Brasília ontem (8), em reunião com o Ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para tratar dos bloqueios, obstruções e interrupções de vias públicas no Estado de Santa Catarina.
No encontro, Comin apresentou relatório da atuação do MPSC e reforçou ao ministro a “preocupação em relação aos atos de violência praticados contra as forças de segurança, a presença de idosos e crianças como escudos humanos nos bloqueios e o financiamento de empresários e comerciantes a esse movimento antidemocrático, porque não são pacíficos, impedem o direito de ir e vir e atentam contra a Democracia“.
Pelo menos 12 empresários e agentes públicos de Santa Catarina, entre eles um vereador, foram identificados por financiar e organizar os bloqueios em rodovias federais e estaduais durante as manifestações. O Ministério Público não divulgou os nomes dos investigados.
Em entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira (9), Fernando Comin explicou como a estrutura funcionava. Segundo ele, o grupo ofereceu estrutura de alimentação, logística e banheiros químicos.
“O que se identificou foi a existência de uma organização, atuando nos bastidores, incentivando lideranças comunitárias, de movimentos dos caminhoneiros em geral, pessoas comuns do povo, a irem a frente, a incitarem esses atos”, declarou Comin.
O relatório, sigiloso, irá integrar os autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). O ministro Alexandre de Moraes, do STF determinou no âmbito da ADPF que os Procuradores-Gerais de Justiça de todos os Estados acompanhem as medidas de desobstrução das rodovias e vias públicas.
Também estiveram na reunião com o ministro o Procurador Geral da Justiça de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, e a Procuradora Geral da Justiça Espírito Santo, Luciana Andrade.