O juízo da comarca de Capinzal, no meio-oeste catarinense, decretou a prisão temporária de uma mulher suspeita de ter assassinado e ocultado o corpo do companheiro dentro de um freezer. A juíza Flávia Carneiro de Paris, em regime de plantão, também autorizou a quebra do sigilo telefônico e o acesso aos dados da investigada.
Claudia Tavares Hoeckler, 40 anos, se apresentou na delegacia de Joaçaba, na tarde desta segunda-feira (21). O advogado dela afirmou que a morte foi motivada por supostos episódios anteriores de violência doméstica. “Uma mulher maltratada e violentada, física e psicologicamente, que para preservar sua vida, matou”, disse, em nota, a defesa.
O crime apurado se trata, em princípio, de homicídio qualificado por meio que dificultou a defesa de Valdemir Hoeckler, de 52 anos, já que a vítima foi encontrada com uma lesão na nuca. Conforme registros policiais, no dia 15 de novembro a mulher comunicou o desaparecimento do marido, ocorrido no dia anterior, em Lacerdópolis, no Oeste catarinense.
Durante dias, polícia militar, corpo de bombeiros, vizinhos e voluntários empenharam-se nas buscas, sem sucesso.
Em paralelo, a polícia civil efetuou outras diligências, tomou declarações da mulher e obteve autorização para perícia na residência do casal, agendada para o sábado, dia 19. Antes da averiguação, a investigada fugiu da cidade. O cadáver da vítima foi encontrado no interior do eletrodoméstico.
“A segregação temporária da representada, neste momento, possibilitará também a melhor elucidação dos fatos, pois impedirá que a representada crie embaraços para a apuração da prática criminosa, especialmente para esclarecer os motivos e as circunstâncias do crime e eventual participação de terceiros”, discorre a magistrada na decisão.
A prisão temporária tem o prazo de 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. O processo tramita em segredo de justiça.