*Matéria atualizada às 18h15 de 07/12 para acréscimo de nota enviada pela Serrana Engenharia.

O despacho para cumprimento de prisão preventiva e busca e apreensão, em órgãos públicos (prefeituras), residências particulares e empresas, alvos da Operação Mensageiro, deflagrada na manhã desta terça-feira (6), previa, caso necessário, o arrombamento de portas, portões, gavetas e armários, e o uso de força contra coisas existentes no interior do local para o descobrimento do que se procurava.

Entre os alvos dos mandados (seja de prisão preventiva ou de busca/apreensão) estavam nomes conhecidos como do ex-vice-prefeito de Canoinhas, Renato Pike, Luiz Divonsir Shimoguiri e Ernani Wogeinaki, de Três Barras, Adilson Lisczkovski, prefeito de Major Vieira, e do presidente da empresa Serrana, Odair Mannrich e o filho Bernardo Lopes Mannrich.

O documento, assinado pela desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Cinthia Bittencourt Schaefer, determinava a apreensão de anotações, documentos, computadores, celulares, pendrives, HDs e seus registros digitais e telemáticos (aplicativos, registros de mensagens e conversas por WhatsApp) e qualquer outra coisa ou objeto que constituísse prova relacionada aos fatos apurados na investigação.

As buscas foram por provas relacionadas a possíveis crimes contra a administração pública, organização criminosa e execução de contratos relacionados ao Grupo Serrana, “que agia no intento de perpetuar vantagens ilícitas por meio de contratações públicas de serviços relacionados à coleta, transporte e destinação de resíduos sólidos e iluminação pública”, diz o despacho do TJSC.

CONTRAPONTO

A Prefeitura Municipal de Três Barras emitiu nota informando que “A fim de contribuir com a operação e o trabalho do GAECO, a administração municipal de Três Barras, assim como seus servidores, forneceram de maneira imediata toda a documentação solicitada, e se colocaram à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos”.

A prefeitura de Major Vieira também se manifestou sobre a operação realizada na manhã desta terça. O prefeito Adilson Lisczkovski confirmou a ação pelo GAECO e informou que “o Poder Executivo Municipal se colocou a disposição das autoridades, através de seus Secretários Municipais e servidores para fornecer toda a documentação exigida, cooperando na apuração dos fatos”.

Em Papanduva, onde o prefeito municipal, Luiz Henrique Saliba foi preso, uma nota foi emitida informando que “todos os servidores colocaram-se à disposição das autoridades, fornecendo a documentação exigida e colaborando com a apuração dos fatos“, porém não foi citada a prisão de Saliba.

O advogado Manolo Del Omo, que faz a defesa do político, disse que “nós estamos trabalhando para buscar elementos para pedir a revogação da prisão preventiva ou a conversão em liberdade provisória”.

A empresa Serra Engenharia, em nota enviada à reportagem do Canoinhas Online, informou que ainda não teve acesso a íntegra do processo, mas está colaborando para que tudo seja esclarecido o mais breve possível.

Veja a nota na íntegra:

“O Grupo Serrana, sempre prezando pela transparência e pela integridade de todos os colaboradores e processos da empresa, informa que ainda não teve acesso a íntegra do processo, mas está colaborando e auxiliando com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais breve possível.

Nossa trajetória de mais de trinta anos em Santa Catarina sempre foi marcada pelo compromisso ético e integridade nos serviços prestados à sociedade.

Os serviços de coleta e destinação de resíduos seguem sendo executados normalmente pela empresa”.

Os cumprimentos das ordens judiciais de busca e prisão ocorreram nas cidades de Joinville, Três Barras, Mafra, Brusque, Campo Alegre, Pien (PR), Lages, Imbituba, Pescaria Brava, Canoinhas, Laguna, Imaruí, Braço do Norte, Tubarão, Capivari de Baixo, Agrolândia, Apiúna, Ibirama, Presidente Getúlio, Corupá, Itapoá, Barra Velha, Schroeder, Guaramirim, Papanduva, Balneário Barra do Sul, Major Vieira, Bela Vista do Toldo, além do Distrito Federal.