A possibilidade de a jornada de trabalho ser composta por apenas quatro dias da semana será testada no Brasil a partir de novembro.
Após ser experimentado no Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Austrália e outros países, o modelo será colocado em prática no Brasil por meio de uma parceria entre a consultoria Reconnect Happiness e a organização 4 Day Week Global.
O modelo defende que, com o “redesenho” da jornada de trabalho, é possível alavancar a qualidade de vida de funcionários e, ao mesmo tempo, incrementar a produtividade das empresas.
A preparação para a experiência terá início no Brasil já entre os meses de junho e julho. Em agosto, os responsáveis iniciam o cadastramento de potenciais participantes para a experiência.
A partir de setembro, serão realizadas pesquisas quantitativas para avaliar as métricas das empresas envolvidas. Em novembro, o piloto será colocado em prática.
Após três meses serão recolhidos dados sobre o desempenho do projeto. O processo chega ao fim após seis meses, quando novamente são aferidos os números.
A implementação do modelo vai além de “tirar a sexta-feira”, mas diz respeito a um redesenho da jornada dos funcionários.
Resultados internacionais
A possibilidade vem sendo experimentada em diversos países ao redor do mundo, como um caminho para integrar o trabalho a uma rotina saudável. Na última segunda-feira (5), Portugal passou a testar o modelo, em um piloto promovido pelo governo, com 39 empresas e 1.000 colaboradores.
O maior teste foi realizado no Reino Unido, com 61 empresas e 2.900 colaboradores. O experimento também já viajou aos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, entre outros países.
Mundo afora, os resultados da iniciativa vem sendo positivos. No Reino Unido, 91% das empresas que realizaram o piloto demonstram interesse em manter a jornada de quatro dias.
Segundo a especialistas, também são reportados aumentos de receita, em comparação com o mesmo período de anos anteriores, e redução de turnover — a taxa de rotatividade dos trabalhadores. Além disso, funcionários indicam diminuição no estresse e ganhos em saúde física.
Colaboradores que participaram dos experimentos no Reino Unido disseram que o dia extra de folga mudou suas vidas para melhor, permitindo realizar hobbies e recarregar energias.
Os resultados positivos Reino Unido devem ser contrastados com outras realidades. Na experiência da Espanha, nove em cada dez profissionais preferiam trabalhar quatro dias por semana. Contudo, um estudo revelou que apenas 5% das empresas considerou implementar a redução da jornada.
Com informações da CNN international.