Adolescente desaparecida em SC é encontrada na fronteira com o Uruguai
Uma equipe da Brigada Militar encontrou nesta segunda-feira (3), uma jovem de 16 anos que estava desaparecida desde o dia 21 de maio, em Chapecó. Ela foi encontrada a mais de 600 km de sua cidade, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
Jean Alberto Mastrascusa, de 35 anos, que estava com a jovem, foi preso. O suspeito estava com mandado de prisão ativo desde o último dia 30 de maio, segundo a delegada Lisiane Junges, da Polícia Civil de SC, responsável pelo caso.
Ele foi descoberto em Santana do Livramento após aplicar o golpe do pix em um funcionário de um supermercado e retornar no local do crime dias depois, como se nada tivesse acontecido. A PM foi chamada e durante a identificação, a guarnição constatou que o mesmo estava em dívida com a justiça.
Na casa do indivíduo preso, estava a adolescente Raissa Tremea Maestri, registrada como desaparecida em Chapecó.
A delegada afirmou que o homem conseguiu convencer a adolescente a ir com ele, não houve sequestro, e que ele já havia cometido o mesmo tipo de crime com outras vítimas com o mesmo perfil.
O criminoso foi preso e levado à delegacia de Polícia Civil e depois ao presídio de Livramento, onde permanecerá à disposição da Justiça. A delegada afirmou que a adolescente “já foi atendida por uma equipe médica” e que a polícia fará as tratativas para trazê-la, junto com o homem, para Chapecó. Sobre o suspeito, a delegada afirmou que “ele é natural de Porto Alegre.
O desaparecimento foi investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Chapecó. O sumiço da jovem foi comunicado à polícia pela família dela, que chegou a publicar fotos da adolescente, pedindo ajuda para encontrá-la.
A investigação foi feita em sigilo para não atrapalhar o andamento das apurações da polícia. Durante a investigação, a polícia conseguiu um mandado de prisão preventiva contra ele por “produzir e comercializar e divulgar material sexual infanto-juvenil”. Ainda de acordo com a delegada Lisiane Junges, “a Raíssa figura como vítima, porém também vai ser investigada, pois da mesma forma compartilhava esse material”.
Investigação
A investigação começou em 15 de maio, com uma investigação sobre a morte do pai da adolescente, contou a delegada. A família procurou a polícia, que passou a checar se a morte dele foi natural ou violenta.
“No decorrer da investigação, apurou-se que a Raissa estava se relacionando com um homem de 35 anos, estava tendo contato com esse homem”, afirmou a delegada em coletiva para jornalistas.
“Essa aproximação foi virtual. Esse homem age dessa maneira, cooptando adolescentes por meio de redes sociais e outros canais, e foi assim que a adolescente o conheceu”, relatou a delegada.
Os dois já se falavam antes da morte do pai da jovem. A DPCami investiga as duas situações e pediu a exumação do corpo dele. Foi feita perícia para o esclarecimento da causa do óbito.
A delegada afirmou que os dois casos podem estar relacionados. “Essa etapa da investigação está adiantada em relação à época da exumação, mas nós ainda não concluímos e por isso nós não vamos expor todos os detalhes. Mas tem a ver sim”.
A morte do pai da adolescente foi em 7 de maio e oito dias depois um familiar procurou a Polícia Civil para relatar suspeitas de que o óbito não foi natural, mas poderia ser consequência de uma violência.
A Polícia Civil pediu a exumação do corpo cerca de 20 dias após o óbito. A causa da morte ainda não está esclarecida.