Cérebro de Maguila deve ser doado para pesquisa, conforme vontade do boxeador

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Órgão do ex-boxeador ajudará em pesquisas da chamada “demência do pugilista”, doença ainda de difícil diagnóstico.

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Em 2018, a lenda do boxe brasileiro, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, concordou em doar seu cérebro para pesquisa. O peso-pesado morreu nesta quinta-feira (24).

Desde 2013 ele lutava contra a doença Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), conhecida como “demência pugilística”,  uma doença neurodegenerativa e incurável que tem relação direta com os golpes sofridos ao longo da carreira.

Por muito tempo, a Encefalopatia Traumática Crônica tem sido confundida com outras doenças como o Mal de Alzheimer em virtude dos sintomas semelhantes. Além da perda cognitiva, está associada a distúrbios de comportamento, como episódios de depressão, violência e suicídio.

Há seis anos, Maguila preencheu uma “declaração de vontade”, manifestando o interesse em doar o cérebro à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A instituição conta com um grupo que estuda as consequências de impactos repetidos na cabeça de atletas.

Maguila não será o primeiro atleta a ter seu cérebro estudado pelo grupo da USP. O zagueiro Bellini, campeão mundial em 1958, e, mais recentemente, o pugilista Éder Jofre, falecido em 2022, aos 85 anos, também doaram o órgão para a pesquisa. O estudo é considerado fundamental para criar medidas de prevenção.

A família do boxeador ainda não se manifestou para informar se a doação, de fato, será realizada.

Maguila faleceu em uma casa de repouso, onde morava desde 2017. Ele deixa a esposa e três filhos, Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior.