DENGUE

Nésio Alves Corrêa, o Gildinho, fundador de Os Monarcas, morre aos 82 anos

Avatar photo
Gildinho lutava contra o câncer havia 20 anos. Deixa um legado de amor à tradição, à música e à cultura gaúcha.

Na noite deste sábado (11), o mundo da música regionalista gaúcha perdeu uma de suas maiores lendas. Nésio Alves Corrêa, conhecido como Gildinho, fundador da banda Os Monarcas, faleceu aos 82 anos, vítima de câncer. Gildinho lutava contra a doença há duas décadas, quando descobriu um tumor na tireoide.

Nésio Alves Corrêa fundou o grupo “Os Monarcas” em 1974 | Foto: Instagram / Reprodução

Em nota oficial, a banda Os Monarcas prestou homenagem ao seu fundador:
“É com grande pesar que informamos o Falecimento de nosso Fundador NÉSIO ALVES CORRÊA, GILDINHO como foi imortalizado à frente do Conjunto Os Monarcas. Fica a saudade, fica a lembrança… Permanece a Alegria e o Legado deixado por seus ensinamentos e seu carisma!”

Uma trajetória de amor pela música gaúcha

Gildinho nasceu em Soledade (RS), em 18 de janeiro de 1942, em uma família humilde e numerosa. Desde cedo, foi marcado pela música e pelas lides campeiras. Seu pai, que era acordeonista, faleceu precocemente, mas deixou como herança ao filho o amor pela música tradicionalista.

Em 1961, com apenas 19 anos, Gildinho partiu em busca de novas oportunidades e estabeleceu-se em Erechim, onde iniciaria a construção de sua carreira. Foi em 1967 que ele, ao lado do irmão Chiquito (Francisco Desidério Alves Corrêa), formou a dupla Gildinho e Chiquito, que seria a base para o surgimento do grupo Os Monarcas.

A criação oficial da banda ocorreu em 1974, quando se juntaram à dupla os músicos João Argenir dos Santos (guitarra), Luiz Carlos Lanfredi (contrabaixo) e Nelson Falkembach (bateria). Desde então, Os Monarcas se consolidaram como um dos grupos mais importantes da música gauchesca, levando a cultura do Rio Grande do Sul a diversos palcos do Brasil e do mundo.

Sob a liderança, do “taura da moda antiga” Os Monarcas gravaram 50 discos e receberam dez de ouro, tendo sido premiado nacionalmente, com o extinto “Prêmio Sharp” e quatro vezes com o Prêmio Açorianos. Gildinho também foi patrono da Semana Farroupilha, recebeu o Troféu Guri, do Grupo RBS e a Medalha do Mérito Farroupilha da Assembleia Legislativa.

Despedida aberta ao público

A despedida de Gildinho acontecerá neste domingo (12), com velório a partir das 9h no CTG Sentinela da Querência, em Erechim. O sepultamento será realizado às 17h no Cemitério Municipal Pio XII, também em Erechim. A cerimônia será aberta ao público, permitindo que fãs, amigos e familiares prestem suas últimas homenagens a este ícone da música gaúcha.

Gildinho deixa um legado de amor à tradição, à música e à cultura gaúcha que jamais será esquecido. O ícone da música gaúcha deixa as filhas Gisele e Sandra, além da esposa Santa.

A Prefeitura de Erechim decretou luto oficial. “Muito obrigado, tio Gildo. Muito obrigado por toda alegria, por todo respeito, por todo carinho que o senhor teve pela nossa cidade de Erechim, pelo Estado e pelo Brasil. O senhor vai nos deixar muita saudade”, disse o prefeito Paulo Polis.