Homem é condenado a 42 anos por feminicídio praticado na presença do filho 

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O acusado desferiu três tiros contra a ex-companheira. O crime foi praticado na frente do filho de 11 anos.

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Em Campo Belo do Sul, coração da Serra catarinense, o Tribunal do Júri proferiu uma sentença contundente: 42 anos de reclusão para um homem culpado pelo brutal assassinato de sua ex-companheira.

O crime, classificado como feminicídio qualificado por motivo torpe e com requintes que impossibilitaram qualquer defesa da vítima, chocou a pequena Capão Alto, de apenas 2.500 moradores, em setembro de 2023.

A cena se desenrolou diante dos olhos do filho da vítima, uma criança de apenas 11 anos. A acusação revelou a motivação do réu: a inconformidade com o término do relacionamento. Movido por essa rejeição, ele desferiu três tiros fatais contra a mulher. A presença do filho durante o ato bárbaro foi um fator agravante crucial na decisão dos jurados.

A juíza responsável pela sentença não hesitou em destacar a premeditação do crime, a gravidade das circunstâncias e as profundas consequências da tragédia.

O histórico de violência doméstica do acusado, marcado por agressões físicas, psicológicas e patrimoniais contra a vítima, também pesou negativamente em sua avaliação de personalidade.

A sentença expôs a escalada de controle e violência que antecedeu o feminicídio. Nos meses que o precederam, o réu tentou sufocar a liberdade da ex-companheira, ditando suas redes sociais, vestimentas, identidade, amizades e bens.

A magistrada enfatizou que este não foi um crime passional, mas sim o ápice de uma progressão criminosa dentro de um contexto de violência doméstica.

A pena foi aumentada devido ao trauma inimaginável imposto ao filho da vítima. A criança não apenas testemunhou a morte da mãe, mas a viu agonizar e precisou buscar ajuda sozinha, caminhando na escuridão da noite até um posto policial.

Além da pena de prisão, a Justiça determinou uma indenização de R$ 30 mil por danos morais para cada um dos dois filhos da vítima.

O réu iniciará o cumprimento de sua pena em regime fechado. A sentença, sujeita a recurso, também ordenou a manutenção da prisão do acusado e a execução imediata da pena. O caso segue sob segredo de justiça, buscando proteger a privacidade dos envolvidos.