O dentista e servidor público Cezar Maurício Ferreira, de 60 anos, encontrado morto em uma cela da Central de Polícia de São José no último sábado (19), não havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir, segundo aponta exame da Polícia Civil.
O laudo toxicológico, realizado com amostras de sangue e urina, descartou a presença de álcool ou entorpecentes no organismo de Cezar, identificando apenas medicamentos de uso contínuo para depressão, problemas cardíacos e diabetes.
Cezar estava sozinho no veículo e foi detido por suposta embriaguez ao volante após colidir com a traseira de outro carro na sexta-feira (18). No entanto, o advogado da família, Wilson Knoner, alega que ele estava sofrendo um infarto agudo e não recebeu socorro médico adequado.
Negligência e falta de informação: Acusações da família
A família de Cezar afirma que a morte foi consequência de uma sequência de falhas das polícias Militar e Civil, desde a abordagem até a detenção. Eles acusam os policiais militares de negligência por não prestarem atendimento médico, confundindo os sintomas de um infarto com embriaguez ao volante. Além disso, a família alega que não foi informada sobre a prisão.
A Polícia Militar, por meio de nota, informou que não realizou o teste do bafômetro por considerar que o dentista não estava em condições, optando por fazer um “auto de constatação” de embriaguez.
Knoner, no entanto, reforça que Cezar tinha problemas cardíacos, levava uma vida saudável e não bebia por motivos religiosos.
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Cronologia dos fatos e ações da defesa
Cezar foi conduzido à delegacia e colocado em uma cela por volta das 20h49 da sexta-feira. Seu corpo foi encontrado sem vida na manhã seguinte, por volta das 7h40, já com rigidez cadavérica.
A defesa da família afirma que ele não recebeu nenhum atendimento médico durante o período em que esteve preso. A morte, segundo Knoner, só foi constatada cerca de 11 horas após a prisão.
Diante das novas evidências, a defesa informou que deve entrar com um pedido de afastamento dos policiais militares envolvidos no caso, buscando responsabilização pelas supostas falhas que levaram à morte do servidor público.