Rapaz que matou namorada de 14 anos é condenado a mais de 48 anos de prisão em SC
O Tribunal do Júri da Comarca de Itajaí condenou, nesta quarta-feira (10), Anderson Burigo, de 23 anos, a uma pena de 48 anos, seis meses e 24 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua namorada, Maria Gabriella Nunes, de apenas 14 anos.
O crime, que chocou a cidade em fevereiro deste ano, foi motivado pela recusa do réu em aceitar o término do relacionamento. O Conselho de Sentença acatou integralmente as acusações de feminicídio e ocultação de cadáver apresentadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O crime ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2025, no bairro Brilhante. Segundo a denúncia, o rapaz atacou a adolescente pelas costas, desferindo cerca de 13 facadas, o que impossibilitou qualquer chance de defesa.
Após cometer o homicídio, ele jogou o corpo da jovem no rio Itajaí-Mirim. As buscas duraram três dias, até que o corpo foi encontrado na divisa entre Itajaí e Navegantes. O rapaz está preso desde 15 de fevereiro, um dia após o corpo da garota ser encontrado no rio. Durante o julgamento, o criminoso ficou em silêncio e não respondeu perguntas.
A sessão do júri foi marcada por forte emoção, especialmente durante os depoimentos de testemunhas e familiares. O delegado que investigou o caso e policiais que atuaram na ocorrência foram os primeiros a falar. Em seguida, a mãe de Maria Gabriella, Débora Alexandre, comoveu a todos.
“Ele tirou de mim o meu bem mais precioso. A Gabi era tudo pra mim. Há quase sete meses minha vida nunca foi e nunca mais será a mesma”, desabafou.
Uma amiga de infância da vítima, Thamiris Pollheim Zabel, também prestou depoimento e revelou que a adolescente vivia com medo. “Eu sabia do que ela passava com ele, mas, por pedido dela, eu nunca contei para a tia Débora. Uma vez na escola ela ficou com medo de sair porque ele estava do lado de fora esperando por ela”, relembrou a amiga.
Além da pena de reclusão, a Justiça determinou o pagamento de uma indenização de R$ 100 mil à família da vítima, o dobro do valor inicialmente solicitado pelo MPSC.
Ao final da leitura da sentença, a mãe da adolescente passou mal, mas expressou um sentimento de alívio. “Nada vai trazer minha filha de volta, mas sinto, ao menos, que a justiça hoje foi feita aqui”, finalizou.