Uma ameaça de paralisação dos caminhoneiros paira sobre o país para esta quinta-feira, 4 de dezembro. A convocação foi feita por Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como “Chicão Caminhoneiro“, um dos autoproclamados líderes da categoria e representante da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC).
Apesar da mobilização nas redes sociais e do protocolo de um ofício junto ao Palácio do Planalto na última segunda-feira (1º), alertando o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o movimento, o tamanho e a adesão real da greve permanecem incertos devido a divergências entre as entidades de classe.
As reivindicações
Segundo Chicão, o objetivo do movimento é pressionar o governo federal por melhorias estruturais para a classe. Entre as principais pautas estão:
- Aposentadoria especial para a categoria;
- Reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas;
- Garantia de estabilidade contratual.
Em entrevista ao Metrópoles, Burgardt afirmou esperar que o governo ofereça alternativas concretas para o setor.
Categoria dividida
A convocação expõe uma fratura na representação dos transportadores. A Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) e outras cooperativas, além do sindicato nacional da categoria, afirmaram que a paralisação não cumpre o procedimento adequado juntos às representações e, por isso, poderá ser considerada ilegal.
A Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), um dos polos logísticos mais importantes do país, também afirmou que não deve aderir ao movimento. A justificativa é a falta de assembleias ou reuniões oficiais entre os representantes para deliberar sobre a paralisação.
A Anatc (Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas) informou que acompanha as movimentações e aguarda os desdobramentos do ato para uma manifestação.
Apoio político e histórico recente
A convocação ocorre principalmente via redes sociais e conta com o apoio de figuras políticas de oposição, como o advogado e ex-desembargador Sebastião Coelho, pré-candidato ao Senado pelo partido Novo. Vale lembrar que, em agosto deste ano, Coelho e Chicão já haviam anunciado uma possível paralisação que acabou não se concretizando.
Promessa de livre circulação
Diante do temor de bloqueios totais de rodovias, Chicão afirmou em publicação que a orientação é não impedir o direito de ir e vir de veículos de passeio e ônibus.
“Temos que respeitar toda a legislação que é imposta à categoria no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas”, declarou o líder, indicando que o foco seria a retenção apenas do transporte de cargas.





