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Igreja manda padre Júlio deixar de transmitir missas na internet

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O padre Júlio Lancelotti é conhecido por seu trabalho junto à população em situação de rua, no qual promove acolhimento, assistência social e alimentação.

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Agência Brasil — No último domingo (14), o padre Júlio Lancellotti anunciou em sua missa na Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, em São Paulo, que aquela seria a última transmissão da celebração na internet.

O sacerdote católico não explicou o motivo mas, segundo Denise Ribeiro, jornalista e voluntária que trabalha com o padre, o fim das transmissões é uma determinação da Arquidiocese de São Paulo. Ela conta que a ordem foi recebida na semana passada diretamente de Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. A Arquidiocese paulista afirmou que eventuais questões tratadas entre arcebispo e padre dizem respeito ao âmbito interno da Igreja e são conduzidas diretamente entre eles.

Diante da comoção gerada pela carta, Lancelotti publicou uma nota nesta terça-feira (16) refirmando a suspensão temporária da transmissão via internet. Entretando, ele diz que as missas continuam normalmente de forma presencial aos domingos, às 10h.

Julio Lancelotti também confirmou que não fará mais o uso de suas redes sociais, que tiveram as últimas postagens há cerca de seis dias.

Em seu discurso, o pároco afirmou que: “Mesmo que a gente fique sem ar, vai aparecer um tubo de oxigênio”. Ele continua e diz que o amor de Deus é o oxigênio.

Em grupos de whatsapp católicos também circulou a informação de que Dom Odilo teria informado a transferência do padre Júlio da paróquia, onde está há 40 anos. Em seu comunicado, ele nega que isso vá acontecer: “Não procede a informação sobre a transferência da Paróquia São Miguel Arcanjo”.

Em contato com a Agência Brasil, o padre Júlio disse: “recebo [a notícia do fim das transmissões] com resiliência e obediência”.

Oprimidos

O padre Júlio Lancelotti é conhecido por seu trabalho junto à população em situação de rua, no qual promove acolhimento, assistência social e alimentação a quem necessita. O sacerdote ainda tem projetos de inclusão, acesso à leitura e à internet.

Nas redes sociais, o padre acumula mais de 2 milhões de seguidores. Aos domingos, ele costumava transmitir as missas celebradas às 10h pelo YouTube no canal da Rede TVT (TV dos Trabalhadores).

Júlio Lancellotti já foi alvo do vereador Rubinho Nunes (União), que chegou a protocolar um pedido de CPI para investigar o trabalho do padre e de ONGs ligadas ao atendimento de pessoas vulneráveis.

Neste ano, o vice-prefeito da capital, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), também responsabilizou publicamente Lancellotti pela formação de uma “nova Cracolândia”.

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