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Pesquisas realizadas por estudantes do IFSC Canoinhas são publicadas em revista científica

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Pesquisas foram publicadas na Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Duas pesquisas realizadas por estudantes e egressos do curso técnico integrado em Alimentos e do curso superior de tecnologia em Alimentos do Câmpus Canoinhas do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e ligadas a atitudes e sentimentos dos consumidores foram publicadas na Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial (RBTA) – v. 16, n. 1, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

O artigo “Embalagens comerciais de erva-mate: percepção dos consumidores e influência na aceitação sensorial de chimarrão” é de autoria de Ariel Laurentino Pereira, Hiago Tadeu Lopes Pereira, Nathália Pereira e Larissa Cacilda Leite, com orientação do professor Luiz Paulo de Lima.

Já os autores do artigo “Alimentos veganos: um estudo com consumidores da região de Canoinhas-SC” são Liliane Matsuzawa, Bárbara Thiem, Emanuele Ennes, Ana Maria Gondim e os professores Luiz Paulo de Lima e Karine Marcondes da Cunha.

De acordo com professor Luiz Paulo, estudos sobre o comportamento dos consumidores, bem como sobre os fatores que o influenciam, são extremamente importantes.

“Estas informações podem subsidiar a tomada de decisões sobre o lançamento de novos produtos e estratégias de marketing, entre outros. Além disso, projetos como estes acabam por possibilitar a iniciação dos discentes em atividades de pesquisa, além de fomentar o ensino”, ressalta o professor.

Ele explica que a interação dos consumidores com os alimentos e produtos alimentícios é estudada em todos os cursos do eixo de Produção Alimentícia do Câmpus Canoinhas do IFSC, principalmente no escopo da disciplina de Análise Sensorial.

Para realização dos estudos, os projetos tiveram apoio institucional de editais que contemplam a pesquisa como princípio educativo do IFSC.

A influência das embalagens

Na pesquisa sobre a percepção de consumidores com relação a embalagens comerciais de erva-mate para preparo de chimarrão, foram utilizadas quatro marcas comerciais de erva-mate com características semelhantes: variedade, adição de açúcar, compostos e tipos de moagem. Foram três sessões de análise sensorial – teste cego, teste da embalagem e teste com informação, com número de consumidores que variou entre 67 e 86 pessoas.

O resultado mostrou que a marca que obteve pior avaliação no teste cego passou a ser significativamente mais bem avaliada nos testes com a embalagem.

Já duas das marcas mais bem avaliadas no teste cego tiveram piora significativa quando os consumidores as avaliaram com a embalagem.

Conforme a estudante do curso superior de tecnologia em Alimentos, Nathália Pereira, os resultados da pesquisa reforçam a importância da marca e da embalagem na aceitação e na percepção do chimarrão por parte dos consumidores.

Por isso, a sugestão é que as informações sejam internalizadas pelas indústrias beneficiadoras de erva-mate, a fim de subsidiar processos de reposicionamento de marca, composição e layout de rótulo e, até mesmo, modificação do material da embalagem.

Alimentos veganos

Para dar conta do crescente número de consumidores adeptos a dietas veganas e vegetarianas em todo mundo, o mercado tem aumentado a oferta de produtos à base de vegetais.

Mas, como saber a tendência local de consumo e quais fatores podem influenciar a mudança da dieta alimentar? Foi o que pesquisaram os autores do estudo sobre o comportamento de consumidores da região de Canoinhas frente a produtos alimentícios veganos.

O projeto foi desenvolvido em duas frentes. Na pesquisa de opinião, foram ouvidos 137 consumidores. Já a pesquisa de preços dos produtos alimentícios processados foi feita em dez supermercados, de Canoinhas e do município vizinho de Três Barras.

Segundo a egressa do curso técnico em Alimentos, Liliane Matsuzawa, apesar de ter indicado um baixo percentual de pessoas com conhecimento sobre veganismo, a pesquisa foi importante para trazer informações sobre este estilo de vida que vem crescendo muito no Brasil, a exemplo do que ocorre em outros países, e desmitificar algumas visões preconcebidas sobre os produtos, especialmente sobre preços.

“A ideia de que os produtos são mais caros é diferente do que verificamos, por exemplo. Quando comparados aos convencionais, os produtos veganos não têm diferença significativa de valor”, explica.

Em relação ao número de consumidores veganos da região, o percentual encontrado foi de 5,8%. Entre os consumidores não-veganos, 24,8% indicaram estar dispostos a aderir a uma dieta vegana ou diminuir o consumo de alimentos de origem animal, sendo as mulheres mais propensas a aderir a esta dieta.

Entre os demais consumidores não-veganos, 63,9% indicaram não ter interesse em deixar de consumir alimentos de origem animal. A pesquisa mostrou que faixa etária, nível de escolaridade e renda per capita não influenciaram esta decisão. 

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