Pesquisadores do Rio de Janeiro identificaram uma nova variação do coronavírus no estado. Imagem: Fernando Zhiminaicela/ Pixabay |
A nova mutação do coronavírus, que pode ser até 70% mais transmissível do que a anterior, não é motivo de pânico, afirmou o vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Felipe Gomes Naveca. O especialista diz que é preciso aprofundar os estudos.
\”Não é motivo de pânico, e sim para ficarmos mais alertas. Os próprios pesquisadores [do Reino Unido] comentaram que não dá para ter certeza absoluta de que a mutação tem essa vantagem evolutiva [de se espalhar mais rapidamente] ou se é uma coincidência com o comportamento social das pessoas, que relaxaram o distanciamento\”, ponderou.
“As razões deste aumento na infecciosidade ainda não estão claras. Ainda não descobrimos se isso se deve a uma maior replicação viral, ou a uma melhor conexão com as células que cobrem nariz e pulmões”, destacou Peter Openshaw, professor de medicina experimental na Imperial College de Londres, ao Science Media Centre.
Já Emma Hodcroft, epidemiologista na Universidade de Berna, foi cautelosa com a afirmação de que o vírus pode ser “70% mais infeccioso”, porque, quando as estimativas são feitas muito cedo, podem acabar mudando. “Não sabemos muito de onde saiu este número”, alertou.
Até o momento, casos da nova cepa do coronavírus foram registrados no Reino Unido, Islândia, Itália, Holanda e Dinamarca, segundo a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove. Pesquisadores brasileiros verificaram a existência de uma nova variação também aqui no país, mais especificamente no Rio de Janeiro.
Quanto a afirmar que essa nova cepa pode ser mais capaz de infectar crianças, Neil Ferguson, professor e epidemiologista de doenças infecciosas do Imperial College de Londres afirmou que \”há uma indicação de que há uma maior propensão para a infecção de crianças\”, porém \”ainda não estabelecemos qualquer tipo de causalidade sobre isso\”.
Fontes: Agência Brasil – IstoÉ