AGÊNCIA BRASIL – Chegou ao Brasil na noite de hoje (15), no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), um lote de 2,3 milhões de kits para intubação de pacientes com covid-19. Os medicamentos foram fabricados em Lianyungang, na China.
O lote saiu da China na madrugada de quarta (14). Os produtos foram doados ao governo federal por um grupo de empresas formado pela Engie, Itaú Unibanco, Klabin, Petrobras, Raízen e TAG, além da Vale, que deu início a ação há duas semanas.
O repasse acontece depois de nove ofícios enviados pelo governo de São Paulo pedindo ajuda emergencial na reposição dos produtos usados no tratamento de pacientes internados com Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de todo o estado.
Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cobrou que “grandes estados” busquem comprar os medicamentos por conta própria.
Os kits, que serão doados para o Ministério da Saúde, são compostos de sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides – insumos básicos para realizar a intubação.
A falta desses remédios amplia a dor e o sofrimento dos pacientes, que podem até tentar arrancar o tubo com as próprias mãos. Para evitar isso, alguns hospitais amarram os pacientes ao leito. Médicos afirmam que a situação equivale a tortura, já que o paciente terá consciência do que ocorre ao seu redor.
Os 2,3 milhões de kits são um primeiro lote de um total de 3,4 milhões que devem chegar ao Brasil até o final do mês.
No total, os medicamentos têm capacidade para serem utilizados em 500 leitos pelo período de um mês e meio. Os itens possuem autorização para importação emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o grupo de empresas, a ação foi motivada pelo recrudescimento da pandemia de covid-19 no Brasil e pela escassez de insumos para o atendimento a pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Na terça-feira (13), a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) fez um alerta sobre o desabastecimento de anestésicos e medicamentos do kit intubação e considerou o cenário “gravíssimo”.
Os cerca de 160 hospitais que responderam ao levantamento apontaram que os estoques de anestésicos, sedativos e relaxantes musculares tinham, então, em média, de 3 a 5 dias de duração e que os antibióticos também começaram a ficar escassos.
Foto: Amanda Perobelli/Reuters